McCarrick, de 88 anos, deixou o ministério público no mês passado ao enfrentar acusações de abuso sexual de um menino de 16 anos há quase cinquenta anos, quando estava servindo como padre da arquidiocese de Nova York. Quando as alegações vieram à tona, o padre disse não ter "absolutamente nenhuma lembrança desse abuso denunciado". No entanto, no mês passado, autoridades da Igreja Americana consideraram as alegações plausíveis e fundamentadas.
McCarrick se tornou o primeiro cardeal do Colégio dos Cardeais, o mais alto órgão governante da Igreja Católica Romana, a renunciar em quase 90 anos. O último caso do tipo tinha acontecido em 1927, quando o cardeal francês Louis Billot renunciou por disputas com o papa Pio XI.
A renúncia de alto perfil acontece em um momento de sucessivos escândalos de abuso sexual perpetrados por clérigos na América Latina. Em maio, todos os bispos católicos chilenos renunciaram em meio a um escândalo desencadeado por relatos de que o bispo de Osorno, Juan Barros, havia conhecido e encoberto abusos de menores pelo padre Fernando Karadima.