O pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) Douglas Galente esclarece que trata-se de uma "bolha de água soterrada pelo gelo".
"É um lago subglacial, então tem a calota polar de gelo, igual nossa calota polar na Antártica, que tem alguns quilômetros de espessura, debaixo dessa calota tem o solo e entre o solo e o gelo, tem um bolsão de água. Um grande acúmulo de água de mais ou menos 10 quilômetros de extensão que seria esse lago subglacial."
"A importância desta descoberta é que foi a primeira vez que foi encontrada água líquida permanentemente descongelada na superfície do planeta", diz Galente à Sputnik Brasil.
Ele também esclarece que a existência de água é primordial para a própria existência da vida.
"Por todos os exemplos de seres vivos que temos na Terra, que é tudo que a gente conhece sobre vida, todos os seres vivos precisam de água líquida para sobreviver, para suas células funcionarem. Por que quando falamos de procurar outros planetas ou luas do universo que sejam potencialmente habitáveis, uma das coisas que a gente se pergunta é se naquele ambiente existe água líquida."
Galente afirma que há cerca de 3,5 bilhões de anos, Marte tinha uma atmosfera muito parecida com a da Terra, com oceanos, rios e chuvas, mas hoje o planeta vermelho é basicamente um "deserto muito gelado". Ainda assim, ele ressalta a descoberta de água líquida em Marte indica que pode, sim, haver vida fora da Terra.
"A gente sabe que tem muito potencial de encontrar [vida], mas as nossas sondas ainda não encontraram".