China estaria criando nova aliança contra EUA?

A ajuda militar que a China propõe a este outro país asiático só vai aumentar, sublinhando a importância do gigante asiático como parceiro fiel no âmbito de segurança.
Sputnik

A China transferiu para as Filipinas quatro barcos de 12 metros e 30 lança-foguetes. Embora a ajuda militar da China seja realizada em pequenas quantidades, a importância da China para as Filipinas como parceiro de segurança só tende a aumentar no futuro. Segundo especialistas, trata-se de uma troca facilitada já que Pequim não interfere nos assuntos internos de outros países.

Pequim 'está testando silenciosamente armas de guerra eletrônica' no mar do Sul da China
Ainda antes de ser eleito presidente filipino, Rodrigo Duterte executou gestos conciliadores em várias ocasiões a fim de solucionar as disputas territoriais entre China e Filipinas. Tudo isso foi escutado em Pequim. Com os esforços de ambas as partes, encontrou-se uma base pragmática para a cooperação. Desviar a atenção de um velho aliado, EUA, para melhorar as relações entre as Filipinas e a China se tornou uma das caraterísticas da nova diplomacia de Duterte.

Um fator importante no fortalecimento dos laços com Pequim é que as autoridades filipinas estão seriamente comprometidas a retirar do campo de defesa e segurança a dependência a Washington.

Quais seriam as perspectivas de cooperação entre os dois países no âmbito de segurança? Em entrevista à Sputnik China, o especialista do Instituto de Assuntos Internacionais da China, Shen Shishun, assinalou que "depois de os chefes de Estados terem alcançado através do diálogo um importante consenso sobre o mar do Sul da China, os países entraram em uma etapa prática". Segundo o analista, isso também engloba a cooperação militar e de segurança.

Navios dos EUA realizam manobras perto das ilhas disputadas no mar do Sul da China
Ao longo de sua carreira política, Duterte pôde ter entendido que o gigante asiático é um parceiro sincero e confiável, destacou Shen Shishun. Ao fornecer assistência, a China não apresenta condições políticas, por isso o líder filipino confia mais em Pequim.

"A cooperação sino-filipina nunca foi dirigida contra terceiros países. Quanto às relações entre Filipinas e EUA, Washington teve uma influência considerável nas Filipinas. A assistência de ambos os Estados a Manila tem uma natureza diferente. É impossível igualá-las [assistências de EUA e China], porque a assistência dos EUA sempre foi acompanhada com certas condições", ressaltou o analista.

De acordo com o especialista, a ajuda norte-americana sempre é dirigida contra terceiros países, e os seus exercícios militares somente minam a estabilidade regional.

Segundo Shen Shishun, os EUA usaram as Filipinas como o seu peão para exacerbar a situação na região do mar do Sul da China. Ao observar o desenvolvimento exitoso dos mecanismos de cooperação entre a China e os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, Washington incentivou o Vietnã, Filipinas e Malásia a enfraquecer a estabilidade na região.

Em qualquer caso, apontou que a "China espera que as relações entre as Filipinas e EUA se desenvolvam em uma direção positiva com o fortalecimento da confiança política. A China também espera que os EUA desempenhem um papel mais positivo e construtivo na região".

Comentar