"Temos a oportunidade de receber pessoas diretamente na fronteira em vez de esperar para que cheguem à Boa Vista, assim o processo é menos confuso e ágil para todos. As Nações Unidas trabalham com o governo brasileiro e as fronteiras permanecem abertas e o saldo do centro é muito positivo", afirmou Godinho.
O centro de recepção e documentação, inaugurado em 18 de junho em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, tem como objetivo identificar os recém-chegados, expedir os documentos necessários para sua estada no Brasil e enviá-los a abrigos em Boa Vista.
Godinho declarou que, devido à saturação das pessoas que vivem no estado de Roraima, em que o primeiro contato são informados do 'Programa de Interiorização' e que 76% dos imigrantes aceitaram fazer parte dele.
"O programa oferece novas oportunidades para a integração no país, ou seja, fora de Roraima, que é uma área mais isolada e menos propensa a trabalho, para outros estados; a eles são oferecidos alojamento, alimentação e orientação profissional para serviços em cooperação com as organizações das cidades de destino", informou Godinho.
Embora não lhes seja garantido um emprego, eles recebem ferramentas para tornar o processo mais favorável, como aulas de português, aconselhamento comportamental em entrevistas de emprego, como escrever um currículo e entrar em contato com empresas que que eles possam estar interessados em trabalhar.
Questionado sobre o perfil das pessoas que vêm para o centro, porta-voz do ACNUR disse que "há um fluxo misto, muitos vêm em busca de asilo e outros são movidos por pressões econômicas", acrescentando que esta situação tem "muito uma própria dinâmica".
Ele explicou que uma das realidades entre os recém-chegados são as mulheres grávidas, que, não tendo encontrado a ajuda necessária na Venezuela, decidiram emigrar, embora ele não tenha confirmado o número de pessoas neste caso.
Em referência a como os civis brasileiros lidariam com o fluxo incessante de imigrantes na fronteira, Godinho relatou que houve casos de solidariedade e rejeição.
"É muito importante que a população civil entenda que eles [imigrantes venezuelanos] não está aqui por escolha, mas escapou de seu país em busca de uma oportunidade de reconstruir suas vidas. Evidentemente chegada deles tem um impacto sobre a comunidade, mas estamos trabalhando para minimizá-lo", concluiu.