O Instituto Americano em Taiwan (IAT) representa os interesses dos EUA na ilha. Sua atividade tem um caráter não oficial e sua segurança é garantida por Taiwan. Entretanto, em fevereiro de 2018, o chefe do IAT em Taipé, Steven Young, declarou que os EUA iriam enviar para a capital de Taiwan fuzileiros navais do Grupo de Guarda das Embaixadas do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Segundo ele, isso vai simbolizar a decisão dos EUA de cumprir suas obrigações perante Taiwan no que se refere à segurança.
O possível envio dos fuzileiros navais para a ilha é um passo que pode ter graves consequências, disse à Sputnik China Yang Xiyu, membro do Departamento do Ásia-Pacífico da Academia Chinesa das Relações Exteriores.
"A questão de Taiwan é uma das mais sensíveis e explosivas nas relações sino-estadunidenses. Quaisquer ações que ignorem o princípio de 'China única' serão um golpe grave contra as relações bilaterais. Se os fuzileiros navais dos EUA forem posicionados no IAT, as relações entre os EUA e a China se agravarão", advertiu Yang Xiyu.
O envio de fuzileiros navais será uma mudança importante na narrativa que durante décadas Taiwan e os EUA seguiram: manter relações, mas não oficialmente. A chegada dos militares dos EUA à ilha significa uma nova etapa nas relações entre Taipé e Washington no âmbito da segurança. A segurança do IAT será comparável à de qualquer das embaixadas e consulados dos EUA.
"[Os EUA] utilizam a questão taiwanesa para continuar provocando a China […] e para pôr a sua paciência à prova. Se esse problema continuar sendo escalado, receio que isso possa levar a consequências catastróficos para Taiwan", advertiu Yang Xiyu.
Nesse caso, o governo da China deveria usar "não apenas os meios pacíficos para proteger a sua soberania e integridade territorial", concluiu ele.