O governo dos EUA anunciou a introdução a partir de 22 de agosto de novas sanções contra a Rússia por causa do suposto uso de armas químicas na cidade inglesa de Salisbury.
A base das sanções é previstas pela lei americana sobre o controle de armas químicas e biológicas, adotada em 1991. Ela já tinha sido aplicada em março de 2018, quando os EUA impuseram sanções contra a Coreia do Norte para o uso de armas químicas no assassinato de Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, bem como contra a Síria em 2013.
O pacote de sanções contra a Rússia, por causa do incidente em Salisbury, será introduzido em três meses, caso Moscou não cumpra as exigências apresentadas pelos EUA.
Os Estados Unidos notificaram a Rússia na quarta-feira (8), que as restrições estão prontas. O representante da agência disse que as novas sanções preveem a proibição do fornecimento de produtos de dupla finalidade para a Rússia. Mas uma série de exceções permanecerá inclusive na área da cooperação espacial e no fornecimento de componentes da aviação.
Ao mesmo tempo, medidas restritivas da segunda remessa podem incluir uma redução no nível das relações diplomáticas, a proibição de voos para os Estados Unidos da companhia aérea russa Aeroflot e a quase completa cessação das exportações dos EUA. Para evitar isso, conforme declarado no Departamento de Estado, a Rússia deve dar garantias do desuso de armas químicas e permitir que observadores da ONU realizem inspeções no local. Isso deve ser feito dentro de 90 dias.
Durante entrevista, o especialista internacional e professor Dmitry Belsky, expressou a opinião de que os EUA vão impor sanções, independentemente das ações da Rússia.
"Os Estados Unidos não impõem sanções com base em quaisquer complicações pessoais nas relações bilaterais. E neste caso eu não os conectaria diretamente com os eventos em Salisbury. As sanções são uma política duradoura dos EUA em relação à Rússia, que não depende das ações da Rússia a princípio. E, consequentemente, não devemos pensar em cancelar as sanções dos EUA nos próximos anos", disse.
Na cidade inglesa de Salisbury, em 4 de março, de acordo com as alegações das autoridades britânicas, o ex-agente Sergei Skripal e sua filha Yulia foram envenenados, o que provocou um grande escândalo internacional. Londres acredita que o Estado russo esteja envolvido no envenenamento, negado por Moscou. O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse em maio que o "caso Skripal" estava se desmanchando diante da ausência de qualquer evidência da culpa da Rússia.