Jason Kessler, o organizador da marcha considerada de extrema direita, "União da Direita 2", que marcou o 1.º aniversário da violenta marcha de nacionalistas brancos em Charlottesville, disse ter esperança de realizar ainda mais protestos em Washington no futuro. A declaração veio após a baixa adesão de pessoas aos protestos deste domingo (12).
Ainda segundo o jornal, Charlottesville também teve protestos, apesar de menores, e duas pessoas foram presas após uma delas saudar a estátua do general confederado Robert E. Lee e os dois homens começarem uma briga.
A marcha liderada por Kessler saiu de uma estação de metrô até o local, sendo escoltados por um efetivo policial numeroso, enquanto um grupo maior de pessoas gritava à beira da marcha contra os manifestantes nacionalistas brancos.
"Em primeiro lugar, eu gostaria de deixar algumas coisas claras. Eu não estou fazendo isso em desrespeito à memória das pessoas que foram agredidas ou as que morreram no ano passado. Em segundo lugar, eu gostaria de agradecer à comunidade de policiais de Washington por protegerem meu direito de liberdade de expressão e, portanto, o direito de livre expressão de todos os norte-americanos. Esse tem sido um processo estranho e imperfeito, e espero que façamos mais protestos como este nesta área em um futuro próximo e aprendamos a trabalhar juntos", disse Kessler durante um discurso no parque Lafayette Square, que fica próximo à Casa Branca.
Kessler enfatizou que este ano todos estão seguros e ninguém foi ferido, o que seria a prioridade número um da organização. O ativista também expressou condolências às famílias das vítimas da violência do ano anterior, em Charlottesville.
Jason Kessler afirmou em entrevista mais cedo que ele se considera um "defensor dos direitos civis dos brancos".
Cresce o número de crimes de ódio nos EUA
Segundo uma pesquisa do Centro de Estudos sobre Ódio e Extremismo noa EUA, o ano passado registrou um aumento de 12% nos crimes de ódio nas 10 maiores cidades norte-americanas. Os 1.038 casos são um recorde em mais de uma década de registros.
Em Washington, Jason Kessler não foi o único a organizar protestos. Houve também outros eventos contrários à presença dos manifestantes de direita. Ao menos dois outros protestos além do nacionalista foram registrados, com a expectativa de reunir milhares de pessoas denunciando a supremacia branca e outras formas de opressão.
Para evitar possíveis confrontos, a polícia local ergueu barricadas entre os grupos, mantendo um efetivo considerável no local até a noite de domingo. As autoridades de trânsito também organizaram a região para evitar confrontos, fechando estações de metrô e criando trajetos separados.
Em agosto de 2017, um grupo de centenas de supremacistas brancos marchou na cidade de Charlottesville próximo à Universidade de Virginia. A marcha encontrou-se com um grupo de manifestantes contrários, e houve confrontos. No dia seguinte, uma marcha ainda maior da "União da Direita" reuniu milhares de nacionalistas de extrema direita no centro da cidade, protestando contra o desejo das autoridades locais de remover o monumento ao general confederado Robert E. Lee de uma praça local.
O protesto resultou em violência entre os nacionalistas e os grupos contrários, deixando uma pessoa morta e dezenas de feridas.