Em seu discurso no aeródromo militar de Batajnica, perto de Belgrado, ele expressou a esperança de que o Exército sérvio apoie sua iniciativa e mencionou os nomes de vários pilotos que morreram heroicamente.
"Não prestamos tributo suficiente aos heróis que defenderam o céu de sua terra natal em 1999. Este poderia ser o começo da formação de um tipo de 'cultura de memória' sobre aquela guerra, em qual o Exército sérvio, especialmente a Força Aérea e a defesa antiaérea, se mostraram como as melhores do mundo", destacou Markovic.
O major-general Vidosav Kovacevic, em comentário para a Sputnik Sérvia, também aprovou a iniciativa do presidente da Sérvia. Ele também chama a atenção para o fato de que heroicos pilotos sérvios mortos – coronel Milenko Pavlovic e coronel-general Ljubisa Velickovic – voavam em caças MiG-29, e sublinhou o significado simbólico desse fato.
"Parece-me correto usar esse simbolismo para preservar a memória eterna desses homens […] Eles foram realmente heróis. Tal como em 1941, esses homens levantaram voo em condições de indiscutível supremacia aérea do inimigo", observou o major-general.
Ele lembra que naquela época havia sérias dúvidas sobre se a Sérvia devia usar aviação para responder ao ataque aéreo da OTAN, mas os corajosos pilotos decidiram que deviam voar e defender a pátria.
"Eu acho que é uma boa ideia para, transmitindo a tradição, preservar a memória de nossos heróis que morreram em uma batalha absolutamente desigual. É um verdadeiro heroísmo – lutar quando um pequeno país é atacado de uma vez só pelas 19 nações mais fortes do mundo", afirma Kovacevic.
Kovacevic está convencido de que é justamente a neutralidade militar que dá à Sérvia a possibilidade de participar de exercícios da OTAN em aeronaves militares batizadas com o nome de suas vítimas.
"Sim, essa liberdade que temos como um Estado militarmente neutro tem seu preço. Mas somos um povo assim, gostamos disso. Isso não deve causar nenhuma dificuldade. Participamos dos exercícios da Aliança. Nós, assim como a Rússia, participamos do programa da OTAN Parceria para a Paz e tudo isso não deve gerar problemas para nós com os nomes dos nossos combatentes. Nós apenas conservamos a memória dos nossos heróis", concluiu o especialista militar.