"Não é a primeira vez que os EUA, em diferentes administrações, põem objetivo de troca de regimes indesejáveis em posição mais importante do que erradicar o terrorismo e extremismo", assinalou Lavrov no decorrer de uma coletiva de imprensa com seu homólogo saudita Adel al-Jubeir. Segundo ele, isso ocorreu no Iraque e na Líbia, e agora estão tentando fazer o mesmo na Síria.
De acordo com ele, a resposta dos EUA foi a seguinte: "Foram os franceses que disseram, nós não dissemos assim."
Entretanto, o chanceler russo frisou que a Rússia e os EUA continuam discutindo a situação de Idlib. "Em se tratando dos nossos contatos com os norte-americanos [sobre Idlib], estes contatos estão sendo realizados."
Sergei Lavrov recordou que este tema foi abordado com o secretário de Estado Mike Pompeo e com o assessor de Segurança Nacional americano John Bolton. Além disso, segundo ele, para coordenar o assunto em torno de Idlib, usa-se um canal de comunicação entre militares russos e americanos.
"Situações similares ocorreram antes. Estou falando sobre 2016, Khan Shaykhun, e sobre 2017, Ghouta Oriental, onde eventos aconteceram em abril. Naquela época, o governo sírio também foi acusado, mas nós sabemos o preço destas acusações muito bem", indicou.
Ele assinalou que, em se tratando de Khan Shaykhun, a Rússia insistiu que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) realizasse uma inspeção, contudo "colegas do Ocidente, principalmente este trio que agora está ameaçando Damasco com novos ataques, bloqueou a entrada dos inspetores para recolher amostras da substância do local".
"Era evidente para qualquer pessoa que se tratou de uma encenação. Pelo visto, nossos colegas do Ocidente não queriam que essa evidência fosse ainda mais gritante", assinalou Sergei Lavrov.
No que diz respeito a Ghouta Oriental, a Rússia conseguiu fazer com que a OPAQ realizasse inspeção na região, recordou Lavrov.
"Quando inspetores estavam a algumas horas do local do incidente, EUA, Reino Unido e França efetuaram ataques com mísseis. Acho que todo mundo percebe a falsidade dessa situação, quando as acusações foram apresentadas e impediram que inspetores executassem a investigação necessária", ressaltou.