A feira, que se situa em pleno centro da cidade dividida com o Japão, as duas Coreia e a China por distâncias mínimas e tem grandes influências asiáticas, foi organizada pelo Consulado Geral da Coreia do Norte na Rússia em referência ao 70º aniversário da fundação da república. Aqui, em três estandes, qualquer um podia comprar livros sobre a cultura norte-coreana, pins raros, guloseimas, medicamentos e até mesmo petiscos de ginseng que custam… 18 mil rublos, ou seja, mais de mil reais.
Em um evidente acaloramento nas relações entre Pyongyang e Moscou, são cada vez mais frequentes os encontros bilaterais e eventos culturais para promover o conhecimento recíproco das nações, provavelmente inclusive por causa da imagem beligerante dos norte-coreanos criada pela mídia internacional nos últimos anos.
Além das mercadorias, os organizadores também colocaram na pequena pracinha perto do cais uma tela grande onde foram transmitidos shows de artistas norte-coreanos. Em alguns momentos, na transmissão se pode ver o retrato do líder, Kim Jong-un.
Artesanatos também foram uns dos destaques da exposição — inclusive grandes panos bordados à mão com imagem da flor tradicional, kimjongilia, e pequenas figurinhas de animais e pessoas vestindo trajes nacionais, jeogori.
Em três dias de funcionamento da mostra, de 8 a 11 de setembro, os locais e os visitantes da cidade compraram quase tudo que foi trazido pelos organizadores. Entre os produtos mais populares estavam as bonecas tradicionais e os pins com bandeira norte-coreana.
Ao fazer minha "inspeção" pelas tendas, também não pude me conter e comprei cosmético produzido na região de Koesong, conhecida por suas tradições fortes de uso de ginseng na indústria de beleza.
Antes de pagar e não muito longe do caixa, deparei-me com uma caixinha muito parecida com a de chiclete, querendo provar esse negocinho bem exótico.
"Quanto custa?", perguntei a uma funcionária que falava russo impecável.
"Mas é Viagra!", respondeu ela logo a seguir.
Enfim, parece que a Coreia do Norte não é um país tão conservador como pensávamos…