Segundo disse à Sputnik no âmbito do Fórum Econômico Oriental, a soja russa é de muito boa qualidade. Porém, em termos de fornecimentos, a Rússia ainda tem uma participação baixa no mercado chinês.
O gigante asiático é o maior consumidor de soja no mundo. Pequim a utiliza como matéria-prima para produzir diversos produtos alimentares, como óleo e outros, enquanto a soja de menor qualidade serve para alimentar o gado. A China importa dos EUA mais de 30 milhões de toneladas de soja, quase dois terços da produção total anual norte-americana.
A soja é cultivada nos estados de Iowa, Nebraska e Kentucky, que votaram em Trump, por isso Pequim acredita que a imposição de tarifas sobre a soja deverá pressionar Donald Trump tanto econômica como politicamente.
Por outro lado, a medida obriga a China a diversificar seus fornecedores de soja. Como nenhum país é capaz de substituir o volume fornecido pelos EUA, a China compra uma parte ao Brasil e outra à Argentina. A Rússia também pode entrar na lista de fornecedores principais.
"Está claro que, no futuro, a China não vai importar soja dos EUA nos mesmos volumes, isso significa que é preciso importar de outros países. É uma excelente chance para a Rússia", disse Zhenwei.
"No momento, a China importa anualmente da Rússia cerca de 500 mil toneladas de soja. Se a Rússia aumentar o cultivo, será uma boa chance para atrair investidores chineses. Além disso, os alimentos russos e produtos agrícolas suscitam bastante confiança, pois nunca são falsificados"', sublinhou o especialista.
Zhenwei ressaltou que as tarifas e sanções dos EUA contra a Rússia e a China obrigam os dois países a aprofundarem a cooperação econômica e comercial. Paralelamente, a Rússia está deixando de ser fornecedor apenas de matérias-primas para China, começando a exportar produtos processados.