Por que taiwaneses estão indo cada vez mais para a China?

De acordo com Pequim, mais de 22 mil taiwaneses pediram autorização de residência para morar na China continental. Em entrevista à Sputnik China, o analista da Fundação Charhar, Jiang Dongliu, explicou o que esteve por trás da iniciativa de Pequim de estender a mão para os taiwaneses e a razão pela qual Taipé se indigna com isso.
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Agora será mais difícil para Taipé convencer os taiwaneses da atitude hostil da China em relação a eles, logo depois que Pequim conceder aos habitantes da nação insular o "estatuto de igualdade" em relação aos habitantes chineses continentais, declarou Dongliu.

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O porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, An Fengshan, anunciou em 13 de setembro que mais de 22 mil residentes taiwaneses solicitaram autorização de residência à China.

"O propósito da emissão de autorizações de residência para civis taiwaneses é facilitar sua educação, trabalho e vida no continente […] Este é um passo importante para compartilhar oportunidades de desenvolvimento com os compatriotas de Taiwan, dando a eles um 'estatuto de igualdade'", disse Jiang.

O analista ainda destacou que Taipé rotulou essa iniciativa como uma ameaça à segurança do país, enquanto que o representante do Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan (MAC, na sigla inglesa), Qiu Chui, havia anteriormente admitido que a obtenção de tal estatuto não contradizia a lei taiwanesa.

Em meados de agosto, o MAC denunciou a permissão de residência na China como "parte de uma estratégia chinesa para trazer taiwaneses para seu rebanho político", dizendo que isso representava um risco para a privacidade individual do povo de Taiwan, informou o jornal Focus Taiwan.

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Segundo o acadêmico chinês, essa postura pode ter sido motivada por preocupações de que "os esforços do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês) no poder para demonizar o continente poderiam ser expostos".

"Os taiwaneses que vierem ao continente […] poderão ter uma ideia melhor da política das autoridades da República Popular da China em relação a seus compatriotas taiwaneses; eles poderão estudar mais completa e sistematicamente a situação no continente. Tudo isso atrapalha os planos da administração de Taiwan para manchar o continente, porque os fatos falam por si", explicou o analista.

Taipé continua rejeitando o Consenso de 1992, que estipula a existência de apenas uma China, embora existam duas entidades: a República Popular da China e a República da China (Taiwan).

Apesar disso, a iniciativa de Pequim em relação aos taiwaneses já se mostrou eficaz, segundo o analista, adicionando que "Pequim cria condições para os compatriotas de Taiwan estudarem, trabalharem e viverem mais confortavelmente no continente", observou ele.

"Isso significa que os compatriotas taiwaneses usam oportunidades de desenvolvimento no continente, enquanto o governo de Taiwan pretende resistir a isso."

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Jiang ressalta que, apesar da presidente do país, Tsai Ing-wen, ter prometido medidas contrárias às medidas de Pequim, ela na realidade não tem nenhuma outra carta na manga.

"Independentemente de quais ferramentas serão usadas por Taipé, Pequim pode ignorá-las", disse o analista chinês. "Se, em resposta, forem introduzidas medidas para limitar as trocas entre as duas margens do estreito de Taiwan, isso acabará voltando contra o povo de Taiwan."

No entanto, a principal razão do descontentamento de Taipé é o aumento geral das tensões entre a China e Taiwan. A projeção global de Taiwan está diminuindo.

Nos últimos dois anos, cinco nações estabeleceram relações diplomáticas com Pequim e deram as costas para Taipé, que vem perdendo projeção global, sendo o aumento de tensões com a China seu principal motivo de descontentamento.

As opiniões expressas pelo orador não refletem necessariamente as da Sputnik.

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