O que há por trás de tanta preocupação do FBI com 'ameaça chinesa'?

Os constantes comentários exagerados do FBI em relação à suposta "ameaça chinesa" seriam parte de uma estratégia para manter a relevância da agência, diz um artigo do Global Times.
Sputnik

O diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou em uma entrevista ao canal CBS em 12 de setembro que a China tenciona roubar os segredos dos Estados Unidos em várias áreas, desde a tecnologia até à agricultura, e por isso o país asiático é alvo de investigações de espionagem econômica em quase todos os 56 escritórios locais do FBI.

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Esta não é a primeira vez que o alto funcionário da inteligência norte-americana mencionou a suposta ameaça de espionagem por parte da China, sublinha o Global Times. Em julho, Wray descreveu a China como "a ameaça mais ampla, mais desafiadora e mais significativa" que os EUA enfrentam.

A mídia chinesa, por sua parte, acredita que Washington continua criando as mais complexas e sensacionais histórias de espionagem do mundo apesar do alto nível de seu serviço de inteligência.

"A maneira em Wray descreveu a China está alinhada com o posicionamento estratégico de Washington relativamente a Pequim e corresponde à atual opinião pública norte-americana", escreveu o jornal chinês.

Para o Global times, as declarações do diretor do FBI agravam a ansiedade e o medo dos americanos. "O FBI não existirá sem medo. Se deixar de infundir temor, o FBI perderá sua razão para existir. É por isso que, quando todos seus 37 mil funcionários começam a trabalhar diariamente, tudo o que veem são ameaças", acrescentou a edição.

"A agência de inteligência mais poderosa do mundo precisa deste medo, um medo que pode aterrorizar os nossos e os outros. Mas este medo levará inevitavelmente a mais divisões e hostilidade no mundo globalizado", concluiu o artigo.

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