"O acordo não foi um caso de amor, mas um compromisso razoável", afirmou Zarif à revista alemã Der Spiegel. A República Islâmica continuará a manter o acordo "desde que atenda aos nossos interesses", observou o principal diplomata persa.
É crucial que o Irã seja capaz de "vender quantidades razoáveis de petróleo e transferir receitas". Embora Teerã esteja disposto a cooperar em investimentos, ciência, alta tecnologia e comércio, "petróleo e bancos" é um indicador importante de quão eficiente é o acordo nuclear de 2015.
Contudo, outros signatários do acordo continuaram nele. Na primavera deste ano, a primeira-ministra britânica Theresa May, o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, lideraram a pressão renovada para que o acordo permaneça intacto.
Os líderes europeus concordaram que era "a melhor maneira de neutralizar a ameaça de um Irã com armas nucleares", informou a Downing Street na época.
Em junho, a União Europeia (UE) divulgou uma declaração conjunta, insistindo que preservar o acordo nuclear com o Irã era "uma questão de respeitar acordos internacionais e uma questão de segurança internacional". Bruxelas também prometeu proteger empresas europeias que fazem negócios com o Irã "das sanções extra-territoriais dos EUA".
"Os europeus e outros signatários devem trabalhar para compensar as sanções dos EUA", comentou Zarif. "É extremamente importante que a Europa tenha de fazer isso não pelo Irã, mas por sua própria soberania e interesses econômicos de longa data", completou.
Anteriormente, Zarif sugeriu que a adesão ao acordo poderia ter sido um erro estratégico por parte do Irã. "Mas o problema é que sentimos que os Estados Unidos aprenderam que, pelo menos no que diz respeito ao Irã, as sanções produzem dificuldades econômicas, mas não produzem os resultados políticos que elas pretendiam que produzissem", concluiu.