Em 14 de setembro, o presidente do banco russo VTB, Andrei Kostin, apresentou um plano de desdolarização do país. O líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também fez propostas para privar o dólar de seu status atual.
No entanto, não será possível abandonar o dólar por completo, opinam especialistas. O sistema financeiro mundial está projetado para que o dólar seja responsável por 70% de todos os pagamentos.
"A Rússia vende o petróleo que está denominado em dólares e, para realizar operações de importação e exportação, uma parte significativa de suas reservas deve ser mantida na divisa dos EUA", disse o analista financeiro da corretora russa Otkrytie Brocker, Timur Nigmatulin.
O analista econômico independente Anton Shabanov considera, por sua parte, que a ideia de uma transição para acordos mútuos em moedas nacionais é bastante lógica, mas o plano do presidente do banco VTB parece quase utópico. A questão é que não há infraestrutura global suficiente, disse Shabanov em entrevista à Sputnik.
Recentemente, o presidente do VTB, Andrei Kostin, revelou alguns detalhes de seu plano de desdolarização da Rússia.
"A primeira etapa é uma transição acelerada para outras moedas (euro, yuan e rublo) em operações de importação e exportação", anunciou o banqueiro durante o Fórum Econômico do Oriente em Vladivostok.
O segundo ponto, para Kostin, é "transferir para a jurisdição russa os grandes grupos nacionais" que têm domicílio oficial em outros países. Além disso, o presidente do VTB propôs elevar ao máximo o volume de eurobonds alocados em plataformas nacionais, utilizar uma alternativa russa ao sistema de compensação e liquidação de valores Euroclear, bem como introduzir a prática de licenças, para que todos os atores do mercado de valores sigam as mesmas regras.
Se as contrapartes da Rússia concordassem em investir suas moedas em rublos para usá-los no pagamento do petróleo fornecido, isso ajudaria a fortalecer a divisa russa. O principal problema é o alto risco do rublo, cuja cotação é volátil e imprevisível.
"A transição, claro, é possível, a Rússia deveria dar alguns descontos ou preferências de modo a, pelo menos, cobrir os riscos para os parceiros", diz Sergei Khestanov, da corretora russa Otkrytie Broker.