Eis motivo pelo qual Washington mostra muito mais receio da China do que da Rússia

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que a China é mais perigosa para os EUA do que a Rússia. Em entrevista à Sputnik, o especialista russo Viktor Nadein-Raevsky explica o que teria motivado essa declaração.
Sputnik

Antes, o titular da pasta estadunidense reconheceu que hoje em dia os EUA deveriam estar mais alarmados em relação às ações de Pequim.

China se livra de títulos do Tesouro estadunidense no valor de US$ 7,7 bilhões
Em entrevista ao canal de TV Fox News, Pompeo disse o seguinte: "A Rússia está se comportando de modo agressivo. A Rússia tenta intervir nas nossas eleições. A Rússia, liderada por Vladimir Putin, continua sendo 'provocadora'. Devemos oferecer resistência e contê-la onde quer que possamos. No entanto, se olharmos a longo prazo para as ameaças ao modo de vida americano, que criam riscos para o crescimento econômico dos EUA, a China é muito mais perigosa para o país."

Ao falar com o serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista sênior do Instituto de Economia Global e Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, Viktor Nadein-Raevsky, observou que esta declaração se encaixa em uma lógica enraizada no seio do establishment norte-americano há muito tempo.

"Nada de novo. Já faz muito que eles têm como objetivo ações contra a China. É claro que a China quase já alcançou os EUA economicamente e vai se aproximar em outros parâmetros também. Evidentemente, para os norte-americanos, tudo isso é pouco agradável, mas eles próprios contribuíram", opinou.

Assim, explicou, ao introduzir novas sanções, Washington faz com que a China se oriente cada vez mais ao mercado interno.

"No que se trata da Rússia, do ponto de vista estadunidense somos sempre culpados de tudo precisamente porque atuamos do modo que consideramos certo, nos baseando em nossos interesses nacionais. É isso que não agrada aos EUA, pois nossos interesses e os deles são contraditórios. É essa a razão destas palavras", considerou o analista.

Comentar