Líderes latino-americanos devem servir a seu povo e não a interesses dos EUA, diz Morales

A América Latina está passando por "problemas muito sérios", afirmou o presidente da Bolívia, Evo Morales, em entrevista à RT, adicionando que os presidentes que "garantiram a soberania e dignidade do povo são agora políticos perseguidos".
Sputnik

"Há sérios problemas na América Latina. Na Argentina, Brasil e Equador, os presidentes que costumavam ser fiadores da soberania e dignidade do povo agora estão sendo perseguidos politicamente", disse Morales.

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Em seu discurso, Morales se referia à presidente argentina Cristina de Kirchner, à líder brasileira Dilma Rousseff e a Rafael Correa, do Equador, que perderam o poder e enfrentaram várias acusações da parte de novos governos apoiados pelos EUA.

Em pronunciamento na Assembleia Geral da ONU em Nova York, na quarta-feira (19), o chefe de Estado boliviano relatou que a "ampla campanha política" de Washington na América Latina é liderada por Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos.

Além disso, ele advertiu que "na América Latina já não há golpes militares, mas sim golpes judiciais", que são "outro mecanismo usado pelos EUA para acabar com os presidentes anti-imperialistas".

Se essas medidas forem ineficazes, Washington recorre a "conspirar e fazer provocações". Caso tal medida também falhe, se opta por intervenção militar, como já se ouviu falar no caso da Venezuela.

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No entanto, ele lembrou que as sugestões do Pentágono quanto ao uso da força contra Caracas no ano passado foram rejeitadas não apenas pelas nações latino-americanas, mas também por alguns países ocidentais da OTAN liderada pelos EUA, significando que "ameaças de invasão não levam a nada".

Morales também acredita que a verdadeira razão de os EUA quererem substituir o presidente da Venezuela e outros líderes "é o petróleo", e que os bolivianos devem "proteger seus recursos naturais".

Porém, ele ainda é otimista quanto ao futuro da América Latina, e espera que as pessoas entendam o que está acontecendo e reajam adequadamente para que "os presidentes estejam a serviço do povo e não dos interesses dos EUA".

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