Analista militar explica por que EUA retirarão sistemas antimísseis Patriot do Kuwait

A mídia norte-americana informou recentemente que os EUA planejam retirar alguns de seus sistemas de mísseis do Oriente Médio.O especialista militar Vladimir Bogatyrev, durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, expressou sua opinião sobre os lugares para onde os sistemas antimísseis Patriot podem ser transferidos.
Sputnik

As autoridades militares do Kuwait concordaram com os EUA em realizar a referida retirada do emirado, declarou o general kuwaitiano em comunicado na quarta-feira (27).

Segundo foi informado anteriormente pelo jornal The Wall Street Journal, citando fontes no Pentágono, Washington vai realocar parte de seus sistemas de defesa antiaérea dos países árabes, para concentrar esforços em outras "ameaças", nomeadamente provenientes da China e Rússia. 

Mídia: EUA planejam retirar alguns dos seus sistemas de mísseis do Oriente Médio
Ainda de acordo com a publicação, um total de quatro sistemas de defesa antimísseis Patriot serão retirados da Jordânia, Kuwait e Bahrein já em outubro.

O relatório diz que a decisão norte-americana foi tomada em conjunto com o Exército kuwaitiano e que "os sistemas de mísseis instalados no Kuwait protegem e cobrem, de modo independente, os limites geográficos" do país. O Estado-Maior do Kuwait chamou a decisão americana de "ações de rotina".

O major-general russo Vladimir Bogatyrev sugeriu à Rádio Sputnik as áreas onde os sistemas Patriot poderão ser realocados.

"Os Estados Unidos não tomam nenhuma medida no cenário internacional, especialmente na área militar, sem prever medidas adicionais para remover ameaças em uma direção e criá-las em outra".

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"De fato hoje, os sistemas de defesa aérea Patriot no Kuwait perderam sua importância e necessidade. Mas eles são necessários em outras partes do Oriente Médio. Em particular, eles podem ser considerados, até certo ponto, como uma resposta à Rússia pela decisão de fornecer o sistema [russo] S-300 na Síria. E também precisamos levar em conta as últimas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o suposto aumento da ameaça do Irã", disse Bogatyrev.

O analista conclui enfatizando que não se deve excluir a possível transferência destes sistemas para áreas mais distantes, por exemplo, para o Sudeste Asiático ou áreas próximas à China.

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