Vale destacar que, com o desenvolvimento de aviação, eles deixaram de ter capacidades suficientes para resistir a bombardeiros e torpedeiros do adversário e, consequentemente, foram substituídos por cruzadores mais velozes e móveis. No entanto, seu poder não desapareceu sem deixar vestígios.
O analista militar da Sputnik, Nikolay Protopopov, revela em detalhes as capacidades dessas embarcações mais potentes de sua época.
Calibre imperial
O navio encouraçado Yamato foi o maior navio operado pela Marinha Imperial Japonesa na Segunda Guerra Mundial. Com 250 metros de comprimento e 70 mil toneladas de deslocamento, esse gigante serviu como uma verdadeira fortaleza flutuante.
A bateria principal do Yamato consistia em nove canhões navais Tipo 94 de 460 mm — o maior calibre de artilharia naval já instalado em um navio de guerra na história — e era capaz de atingir alvos adversários à distância de 42 quilômetros. Sua bateria secundária era formada por doze canhões de 155 mm montados em quatro torres triplas e doze canhões antiaéreos de 127 mm instalados em seis torres duplas. Ademais, possuía mais de uma centena e meia de canhões automáticos de 25 mm.
Bismarck blindado
O encouraçado alemão Bismarck, da classe Bismarck, foi lançado em 1939.
O Bismarck tinha um deslocamento de 50 mil toneladas e 251 metros de comprimento. Assim, era o maior navio de guerra da Alemanha, podendo desenvolver uma velocidade recorde para esse tipo de navios — 30 nós (55,6 km/h).
O Bismarck estava armado com oito canhões SK C/34 de 380 mm instalados em quatro torres de artilharia: duas dianteiras — Anton e Bruno — e duas traseiras — Caesar e Dora. A blindagem do navio tinha 320 mm de espessura e seus conveses tinham de 50 mm até 120 mm de espessura. Os canhões de 380 mm estavam protegidos por uma blindagem de 220 mm a 360 mm.
A destruição do Hood iniciou uma perseguição implacável pela Marinha Real, que finalmente o destruiu.
20 lançadores de mísseis de cruzeiro antinavio P-700 Granit, sistemas de defesa antiaérea Kinzhal e Osa-M, sistemas de longo alcance S-300F, sistemas de artilharia Kortik e AK-630, sistemas antissubmarino Vodopad, lança-bombas reativas e um canhão automático Ak-130 — este é o arsenal militar que está a bordo do cruzador nuclear pesado russo Pyotr Veliky e que seria suficiente para armar um pequeno exército.
Navios do projeto 1144 Orlan foram criados com objetivo de destruir grupos de porta-aviões adversários, alvos isolados e em grupo, e também para proteger forças navais de ataques submarinos e aéreos. Atualmente, o cruzador Pyotr Veliky é o único navio desse tipo que está em serviço da Marinha russa.
Espera-se que sejam estes os navios que vão receber em breve a bordo os mísseis supersônicos Tsikron. É uma arma antinavio inacessível para os sistemas de defesa antiaérea modernos de qualquer inimigo.
Navio de guerra universal
Cruzadores estadunidenses da classe Ticonderoga tem o direito de serem considerados dos navios de superfície mais armados do mundo: podem portar até 11 mísseis de vários tipos — SM-2, SM-6, SM-3, RIM-17 Sea Sparrow, Tomahawk e mísseis antissubmarino ASROC. Assim, são capazes de se proteger de qualquer ameaça proveniente tanto da água como do ar.
Desde sua entrada em serviço da Marinha dos EUA em 1980, esses navios continuam sendo a força de ataque principal.
Atualmente a Marinha norte-americana dispõe de 22 navios dessa classe. Cada um está equipado com o sistema de armas navais integradas Aegis. O cruzador atinge uma velocidade máxima de 32,5 nós, superando até 3.300 quilômetros à velocidade de 30 nós.
Os Ticonderoga são navios de guerra universais que operam tanto individualmente, como em grupos de porta-aviões.
Terror dos porta-aviões
O cruzador de mísseis guiados russo Moskva, pertencente ao projeto 1164 Atlant, pode portar 16 mísseis supersônicos antinavio P-1000 Vulkan, que eliminam alvos de superfície à distância de 700 quilômetros. A defesa antiaérea do cruzador é garantida por oito sistemas de mísseis S-300F. Para combater alvos aéreos a curta distância ele possui dois sistemas Osa-M com 40 mísseis.
O Moskva é considerado o navio mais operacional da Marinha da Rússia e efetua, de modo regular, missões de combate no mar Mediterrâneo.
A Marinha da Rússia tem em seu serviço mais dois navios idênticos: o Marshal Ustinov, pertencente à Frota do Norte, e o cruzador Varyag — responsável pela proteção das fronteiras orientais do país.