No setor do jornalismo, os profissionais experientes são substituídos por menos competentes, mas leais ao partido no poder.
Gráfico que mostra a distribuição do tempo pelos partidos nos programas noticiários espanhóis, com grande predominância do PP
É assim que recentemente tem sido a manipulação da opinião pública nos meios de comunicação estatais deste país europeu.
A situação nas mídias privadas não é muito melhor: os grupos Mediaset e Atresmedia formam um duopólio clássico no mercado, "segurando" 55% da transmissão privada.
Quanto às mídias tradicionais, a opinião pública é formada pelos três principais grupos de editoras — a PLANETA, que é a maior editora no mundo hispânico, a Vocento, que possui 14 edições, e a PRISA, que controla dezenas de jornais, revistas, estações de rádio e canais de TV, inclusive o famoso diário El País.
O El País tem a segunda maior circulação na Espanha, ficando atrás da edição esportiva Marca, e historicamente promove ideias de esquerda. A partir do ano passado, tem sido alvo constante de acusações de divulgar as chamadas fake news, ou seja, matérias deliberadamente falsificadas. Particularmente, essas tiveram a ver com a Rússia, a Catalunha e a Venezuela.
De acordo com a polícia belga, mais de 10 mil pessoas participaram em Bruxelas de manifestação em apoio à independência da Catalunha. De acordo com dados oficiais, 45 mil pessoas participaram de manifestação de catalães em Bruxelas
De acordo com o último relatório do Centro Europeu de Pluralismo Informativo e Liberdade de Expressão, a Espanha ocupa o 1º lugar na lista dos países europeus onde a "independência política" da mídia está correndo perigo.
Em uma entrevista à Sputnik França, a deputada do Parlamento Europeu Mariana Albiol, da coalizão Esquerda Plural, opina:
"Na Espanha tem apenas algumas empresas que controlam a informação e não há pluralismo nenhum. São grupos comerciais que apresentam informações apenas sobre temas que coincidem com seus interesses, todo o mundo sabe quem paga é quem decide sobre o que e como vai se falar. A única maneira de informar as pessoas de modo justo é fazer com que a mídia não seja propriedade de empresas ricas. É precisamente por isso que tentamos restaurar a justiça pelo menos dentro da televisão pública."
Caso da emissora RTVE
A emissora estatal Corporação de Rádio e Televisão Espanhola (RTVE) controla apenas 10% do espaço midiático do país. Porém, foi precisamente daí que surgiram as primeiras queixas e acusações, quando os próprios funcionários da empresa começaram a levantar publicamente o problema da manipulação da opinião pública. Os protestos se manifestaram de várias formas — desde a criação de hashtags no Twitter até roupas pretas no ar em sinal de "luto" pelo defunto direito de trabalhar com informações confiáveis.
"Ao longo dos últimos seis anos, registramos o uso de numerosas ferramentas de manipulação. Qualquer informação capaz de prejudicar o Partido Popular da Espanha tem ficado fora do ar, tem sido censurada ou resumida a mensagens curtas. A principal regra é 'publicar uma notícia curta quando é menos esperada pelo público e não apresentar nenhumas explicações", diz à Sputnik Alejandro Caballero, presidente do Conselho de Programas Informativos da RTVE.
Esse Conselho foi criado como um órgão regulador durante o mandato presidencial de José Luis Rodríguez Zapatero, entre 2004 e 2011, e publica regularmente relatórios sobre violação da liberdade de expressão e censura.
"Os relatórios ficam cada vez mais consistentes e grandes, se no início eles tinham 4-5 páginas, agora em cada trimestre é publicado um relatório de 80-90 páginas", explica Caballero.
A Sputnik analisou um de tais relatórios, que abrange o período desde maio até junho de 2018 e consiste de 236 páginas, onde se descrevem cerca de 70 exemplos de manipulação. Em alguns casos, a censura é efetuada de forma especialmente grosseira.
Em 18 de junho de 2018, Pedro Sánchez, sendo o principal político opositor ao Partido Popular no poder e líder do Partido Socialista Operário Espanhol, apelou a retirar os restos mortais do, nas palavras dele, "ditador Francisco Franco", do complexo memorial conhecido como Vale dos Caídos. A notícia repercutiu bastante na mídia nacional, porém, a televisão pública espanhola recusou chamar Franco de "ditador".
Entretanto, nem todos ficaram satisfeitos com as mudanças. No início de setembro do mesmo ano, 2012, as próprias mídias espanholas começaram a publicar artigos e boletins sobre a mudança de quadros dentro da TVE. Enquanto isso, os novos chefes da emissora são acusados das mesmas coisas que os anteriores.
Por exemplo, dentro da empresa começou a circular um documento chamado de "Plataforma para uma RTVE livre", anônimo, mas alegadamente assinado já por 50 profissionais que apelam a se "evitar perseguições e repressões" na televisão pública. Aliás, o texto acusa os gestores de terem criado um "sistema partidário, onde as prioridades são os altos postos e o controle das políticas de redação e não o serviço público isento".
O jornalista José Javier Esparza, que tem sido associado com a rede de televisão conservadora Intereconomía, assegura que, com a chegada ao poder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, que passou a presidir o governo a partir de 2 de junho de 2018), a "situação ainda piorou" e que "o país já se conformou que é preciso manter um sistema de comunicações públicas extremamente caro".
Como tudo começou
Nos primeiros anos do seu mandato de presidente do governo, entre 2011 e 2015, Mariano Rajoy mudou o mecanismo de escolha do diretor do canal, contornando os procedimentos habituais.
"Desde as eleições de 2011, o Partido Popular tem tido maioria absoluta no Congresso. A reforma da lei sobre a difusão na TV e rádio permitiu que a maioria absoluta tivesse o controle total da Corporação de Rádio e Televisão Espanhola", manifestou à Sputnik o cientista político Manuel Rodríguez. Deste modo, o processo de eleição se tornou um procedimento meramente burocrático, não exigindo acordos entre as forças políticas. Após a introdução das emendas à lei, o número de conselheiros reduziu de 12 para 9. Em junho de 2011, para o posto de primeiro chefe da corporação foi nomeado Leopoldo Gonzalez-Echenique, sem aprovação prévia.
Esta intervenção na lei de imprensa deu início a uma série de violações graves na objetividade da cobertura midiática. O esquema era simples: apresentar informações de um modo que fosse vantajoso para o governo no poder, ou seja, o Partido Popular.
Os funcionários da TVE classificaram a cobertura do referendo catalão de preconceituosa e parcial, sendo que a televisão neste caso se mostrou como um representante permanente do governo.
Vergonha — é o que sinto como jornalista da TVE ao ver o tratamento tendencioso que está dando o Telediário. Isto é uma manipulação
Os escândalos de corrupção envolvendo altos cargos do Partido Popular foram cobertos o mínimo possível. Enquanto Mariano Rajoy estava dando depoimentos no tribunal no âmbito do caso Gürtel (maior escândalo de corrupção na história moderna da Espanha e que acabou com a carreira política de Rajoy), o primeiro canal de TV estava transmitindo um programa sobre cereais.
Quando durante a declaração de Rajoy pela Gürtel se emite uma reportagem sobre cereais no La1 [primeiro canal espanhol, parte da RTVE]
Le cito a Montoro los casos de manipulación en RTVE que denuncian trabajadores/as en #AsiSeManipula. Me responde que si no me gusta, cambie de canal. Con todo su rostro 😡 #DefiendeRTVEpic.twitter.com/0w1YL4jmpF
— Noelia Vera (@VeraNoelia) 9 de maio de 2018
Tweet da funcionária Noelia Montoro: Cito a Montoro [ministro do Tesouro do Partido Popular entre 22 de dezembro de 2011 e 1º de junho de 2018] sobre os casos de manipulação na RTVE denunciados pelos funcionários sob o hashtag #AsíSeManipula (#AssimSeManipula, em português). Me responde que se eu não gosto, mude do canal. Com toda sua cara
Quando nem a Seleção Espanhola de Futebol se pode chamar de "La Roja"…
De acordo com as novas políticas da emissora, até a equipe espanhola de futebol não se pode chamar da "La Fúria Roja", embora esse seja o nome mais conhecido entre os torcedores. A razão desta proibição é simples — a cor vermelha é a do Partido Socialista da Espanha.
Aliás, eram publicados infográficos que não correspondiam à realidade com objetivo de enganar os espectadores.
Tal política do Partido Popular provocou uma resistência forte por parte dos jornalistas e obrigou vários deles a empreender medidas resolutas. Em geral, a manipulação de informações para o bem do partido no poder não é uma caraterística particular da comunidade jornalística de Madri, diz Caballero, assim, "mídias locais de outras regiões espanholas, até com visões políticas diferentes, têm feito o mesmo".
Muita Venezuela, poucas eleições
No momento em que foi nomeado para o posto de chefe da RTVE, Leopoldo Gonzalez-Echenique não tinha nenhuma experiência de trabalho na esfera de comunicações, tendo vindo da área do negócio hoteleiro.
De acordo com Manuel Aguilar, editor do serviço de informações da Televisão Espanhola com 30 anos de experiência e licenciado em tecnologias informativas, o estilo de gestão de Leopoldo Gonzalez-Echenique provavelmente foi qualificado pelos líderes do partido como "suave demais". Em sequência disso, ele deixou seu posto em setembro de 2014.
Quando o novo presidente da corporação, José Antonio Sánchez, assumiu o cargo, sua primeira tarefa como chefe foi a cobertura das eleições de 2015. Nisso, ele se mostrou como um gestor mais duro. Antes da sua nomeação, ele tinha trabalhado no canal Telemadrid, que, segundo Aguilar, "estava ao serviço do governo conservador".
"Sem dúvidas, Sánchez era um político. Mesmo ao discursar uma vez no parlamento, ele reconheceu que sempre tinha votado no Partido Popular", acrescenta.
Ainda de acordo com Aguilar, nas vésperas das eleições "as autoridades, provavelmente, estavam em pânico, receando um possível sucesso do partido Podemos e de outras forças políticas".
A campanha eleitoral na época foi caótica. O primeiro pleito geral se deu em dezembro de 2015, porém, nenhum dos partidos conseguiu obter a maioria necessária para a formação do governo. Em resultado, a principal novidade foi precisamente a derrota das principais forças políticas do país, o Partido Socialista Operário e o Partido Popular da Espanha.
Passaram vários meses, e aí na situação interveio o rei da Espanha, contudo, um novo chefe do governo acabou não sendo nomeado. Por isso, em setembro de 2016 foram convocadas novas eleições, cujo objetivo era definir o balanço das forças.
Neste ambiente, foi a televisão pública espanhola que voltou a desempenhar um papel decisivo. De acordo com um relatório do Conselho de Programas Informativos da RTVE, ao qual a Sputnik teve acesso, em maio de 2016, ou seja, em meio à campanha eleitoral, foi novamente aplicada a estratégia de exagero significativo de todas as falhas da oposição em contraste com as atividades bem pensadas do partido no poder. Outra nova ferramenta foi a cobertura da situação na Venezuela.
No período entre 19 e 31 de maio de 2016 foram ativamente emitidas notícias sobre este país latino-americano, que estava vivendo uma crise gravíssima, o que, em tradução para a língua da política espanhola, podia ser interpretado como um golpe contra o partido Podemos, uma força política próxima ao socialismo latino-americano.
"Em geral, no mês de maio 71 minutos dos noticiários tinham a ver com esse tema", diz o relatório. Das 62 edições de notícias, 35 continham informações sobre a Venezuela.
O documento tira a conclusão global de que durante a escolha dos temas para cobertura, os jornalistas se norteavam por algo muito distante dos critérios profissionais.
"Em maio, os noticiários prestaram duas vezes mais atenção aos assuntos venezuelanos do que ao problema do desemprego, enquanto a principal preocupação do povo espanhol, segundo as pesquisas, era precisamente o problema do desemprego (73,3% dos entrevistados). Já a Venezuela nem figurava entre os temas que interessavam à população. Nos noticiários, o tema do desemprego ocupava 0,8% do tempo de transmissão", analisa no relatório.
As eleições se deram em 26 de junho de 2016, em resultado delas teve início o segundo mandato como presidente do governo de Mariano Rajoy, em 31 de outubro.
Redações paralelas
Na época, uma das estratégias do poder no que se trata da cooperação com a RTVE consistia em se livrar de quadros antigos e substitui-los por jornalistas mais leais das mídias regionais. As vítimas destas destituições qualificaram esse fenômeno de criação de "redações paralelas".
"Se travava de um rumo político muito claro, no âmbito do qual os novos dirigentes mudavam os editores-chefes. Os bons profissionais foram afastados independentemente das suas visões políticas, as mudanças afetaram representantes tanto das forças progressistas quanto das conservadoras. Em geral, a aposta era feita em jornalistas obedientes", explica Alejandro Caballero.
Quando te obrigam terminar os vídeos, por sistema, com a versão do governo, e você recusa, o fazem outros…
Um lugar especial entre eles é de José Antonio Álvarez Gundín, que passou a ser o diretor do Serviço Informativo da RTVE, tendo anteriormente ocupado o posto do vice-diretor do diário La Razón, edição com visões claramente de direita. Outros novos funcionários vieram de mídias privadas com a mesma ideologia, ligadas às esferas religiosa e econômica.
Alguns dos "novatos" nem tinham experiência em jornalismo. "O núcleo principal estava disposto a se submeter e não se ocupar de atividades jornalísticas como tal. A principal caraterística daqueles funcionários era sua vulnerabilidade no que se tratava de emprego, o que os tornava extremamente manejáveis", conta Caballero.
De acordo com ele, este processo deixou muitas vítimas, isto é, jornalistas jogados fora. "Há um andar inteiro, que foi batizado de Vale dos Caídos [com referência ao local de enterramento de heróis da Guerra Civil na Espanha, onde também ainda estão os restos mortais do ditador Franco]", onde se reúnem todos os que foram afastados do seu posto de trabalho anterior. Trata-se do edifício principal da RTVE.
Medidas decisivas
Os funcionários da emissora de TV e rádio espanhola decidiram fazer uma declaração conjunta sobre as manipulações precisamente no momento em que o Partido Popular bloqueou a renovação do Conselho Administrativo e da presidência da corporação midiática estatal.
Quando os chefes te chamam ao escritório para perguntar com quem te dás bem. Querem saber se você é "dos seus"
Depois disso, os jornalistas decidiram usar as roupas pretas como sinal de luto. Desde abril de 2018, cada sexta-feira os jornalistas que entravam no ar se vestiam de preto para manifestar seu descontentamento. A iniciativa foi batizada de "sexta-feira negra" e chamou grande atenção.
Na mesma época que foi lançado o hashtag #AsíSeManipula, os funcionários começaram a falar abertamente sobre casos e métodos de uso da censura.
Pedimos ao Partido Popular que leiam #AsíSeManipula. Tanta indignidade não pode deixar ninguém indiferente. Como é possível que estejam bloqueando a renovação da RTVE? É esta a BBC que vocês queriam?
Manipulações de envergadura global
Em maio de 2018, o escândalo ganhou dimensão internacional. O Comitê de Petições do Parlamento Europeu enviou uma carta ao governo espanhol, manifestando sua "preocupação" com as acusações de manipulações midiáticas e ausência de objetividade na televisão da Espanha.
Em abril de 2015, o jornal Financial Times escrevia que os veículos de comunicação espanhóis tentam "modificar as informações a favor de Mariano Rajoy e seu partido, abafando, ao mesmo tempo, as vozes da oposição".
A deputada do Parlamento Europeu Mariana Albiol revela que o caso da TVE veio até ao órgão porque a censura tinha atingido tal envergadura que já violava a própria lei europeia sobre a mídia. Esta, por sua vez, diz claramente que as mídias públicas devem seguir "interesses da sociedade e ser objetivas".
"Nós, a Esquerda Plural, apresentamos uma queixa, enquanto os funcionários do canal entregaram paralelamente a sua própria", diz a deputada.
"O Parlamento Europeu decidiu abrir audiências em relação a isso, bem como organizar a ‘Comissão de Obsessão' que analisaria a paranoia jornalística quanto aos alegados ataques por parte da Rússia. Dissemos que, antes de olhar para o pátio do outro, é preciso ver o que está se passando na nossa casa. Por exemplo, olharmos para aquilo que se passa em Espanha", acrescenta.
Quando se informam somente coisas boas sobre os países "amigos" e somente ruins sobre os países "malvados"
Muitos explicam os problemas da TVE, tais como o nível baixo do trabalho jornalístico, com a escassez de financiamento.
O relatório preparado pela União Europeia de Radiodifusão comparou a RTVE com as principais emissoras de outros países do continente, como a ARD alemã, a BBC britânica, a RAI italiana e a FranceTV francesa. A pesquisa mostra que a empresa espanhola perde em quase todos os pontos, inclusive no orçamento (974 milhões de euros), dado que os dos outros atingem 6,4 bilhões, 6 bilhões, 2,8 bilhões e 3,2 bilhões, respectivamente. Quanto ao número de jornalistas, são 6.295 contra, por exemplo, 21.271 na BBC e 22.711 da ARD.
Conforme uma publicação do diário El País, que cita as pesquisas realizadas pelo centro estadunidense Pew, qualquer canal supera a RTVE no que se trata do nível de confiança e número de espectadores dos noticiários.
De acordo com o relatório indicado, publicado também pela agência alemã DPA, existe uma relação direta entre as capacidades econômicas de cada canal europeu e o seu público. Em 2017, a RTVE mal conseguiu alcançar 10,4% do número necessário, enquanto em 2008 este índice era de 16,9%.
"Apenas 57% dos entrevistados na Espanha afirmaram que em geral confiam nos noticiários da Corporação de Rádio e Televisão Espanhola, o que é muito menos que os 79% dos britânicos que confiam na BBC ou dos 80% dos alemães que confiam na corporação ARD", escreve o jornal El País.
Em 1º de junho de 2018, Mariano Rajoy recebeu uma moção de censura, depois do que o parlamento acabou o afastando do cargo. Os dirigentes do canal apressaram a se demitir, mas a incerteza não desapareceu até hoje.
Em 7 de junho de 2018, Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol, se tornou presidente do governo do país, enquanto José Antonio Sánchez deixou o posto de presidente da RTVE. Rosa María Mateo foi nomeada como a única dirigente interina da corporação.
Efeito bumerangue
A Sputnik entrou em contato com Ramón Moreno, porta-voz da Comissão Mista da Corporação da RTVE no Congresso e sua assessoria de imprensa para obter informações sobre os casos de manipulação descobertos e uma avaliação do ambiente atual. O político adiou a entrevista por muito tempo, mas acabou por recusar até uma conversa curta por telefone, alegando "razões pessoais".
A agência tentou também conseguir um comentário do Partido Popular da Espanha, mas nem Moreno, nem qualquer outro representante da organização se mostrou disposto a responder às perguntas.
Entretanto, no próprio Congresso ele atacou duramente a atual direção das mídias pública, com as mesmas críticas que a administração do seu partido tinha recebido:
"A nova direção da RTVE se preocupa mais em perseguir ou expulsar profissionais do que em proporcionar um serviço público justo e independente", manifestou.
Aliás, ele disse que "as manipulações na TVE têm um caráter alarmante, os escândalos e casos de silenciamento na mídia têm se acumulado".
O caso da RTVE é apenas um de muitos exemplos. O problema da manipulação da informação vai muito além da televisão e até do espaço público. Além disso, uma mera mudança de governo é muito insuficiente para a resolução desse problema. De fato, ao nível das comunidades autônomas, onde a corporação recrutou novos quadros para realizar seu plano de desinformação, a situação continua a mesma. Consequentemente, isso afeta não só o Partido Popular, mas também outras forças políticas.
Reportagem de Diego Gozalez especialmente para a Sputnik