Qual é o fundamento de críticas cada vez mais duras ao caça F-35?

A mídia criticou a "estreia em combate" do novíssimo caça F-35B, considerado um dos mais caros de quinta geração, no Afeganistão. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar Viktor Baranets ressaltou que estão surgindo muitas perguntas aos criadores do caça.
Sputnik

A revista The National Interest criticou a "estreia em combate" do novíssimo caça-bombardeiro F-35B, considerando a utilização do caça caríssimo para destruir um mero depósito de armas do inimigo como "grande perda de tempo" e "truque publicitário".

A revista expressa perplexidade quanto ao uso de um avião com preço superior a 100 milhões de dólares para bombardear um "monte de AK-47 e RPG". O caça fez "mil quilômetros só de ida" e usou armas tão caras como bombas GBU-12, avaliada em US$ 19.000 (R$ 73.000), e GBU-32 JDAM, que custa US$ 22.000, ou seja, R$ 88.400.

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Segundo o autor do artigo, não é o melhor gasto de dinheiro dos contribuintes americanos. The National Interest sublinhou que no Afeganistão há bastante aviação americana para ataques de tal tipo, mesmo sem o F-35B.

Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar Viktor Baranets ressaltou que estão surgindo cada vez mais perguntas aos desenvolvedores do caça.

"A história desse avião está sempre acompanhada por escândalos, e o próprio F-35 se tornou tema de anedotas. Especialistas americanos falam dele como de um avião com milhares de defeitos. Às vezes os pilotos perdem consciência quando catapultados, ou lhes salta o capacete, ou começam a sufocar a certas altitudes, ou os aparelhos eletrônicos não aguentam e ‘perdem o juízo'", comentou o especialista.

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Apesar de tudo, os EUA não descartam o avião, continuando a gastar dinheiro dos contribuintes americanos, mas para melhorar a imagem do F-35 tentam usá-lo em condições de combate, destacou Viktor Baranets. Segundo ele, na verdade a "estreia em combate" foi realizada por Israel, atacando objetivos de Hezbollah na Síria.

"Porém, agora os americanos colocam a pergunta correta: para que foi necessário enviar F-35 para tão longe, para o Afeganistão, se lá perto há bases que têm aviões doutra classe, cuja eficácia não é menor? Será que era necessário enviar um avião tão caro para bombardear um monte de fuzis Kalashnikov e lança-granadas antitanque? Ou seja, os americanos começam a colocar a pergunta de modo mais duro: gastaram um monte de dinheiro para construir o avião, mas onde está o resultado?", destacou o especialista.

Para o Pentágono, o programa de criação do Lockheed Martin F-35 Lightning II acabou sendo o mais caro na história da produção de armas, custando cerca um trilhão e meio de dólares.

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