Revolução contra o dólar? Hegemonia da divisa dos EUA pode ter os dias contados

O Kremlin informou sobre um aumento da utilização de moedas nacionais no comércio exterior, mas admitiu que a desdolarização é um processo difícil e prolongado. De acordo com o ex-vice-presidente do Banco Central da Rússia, Konstantin Korischenko, a desdolarização é semelhante a uma situação revolucionária.
Sputnik

Anteriormente, o presidente de um dos maiores bancos russos, o VTB, Andrei Kostin, apresentou um plano para o país abandonar gradualmente o dólar. O plano prevê a redução do uso da divisa estadunidense nas transações internacionais.

Konstantin Korischenko, que dirige o Departamento de Mercados de Ações e Engenharia Financeira na Academia Russa de Economia e Administração Pública, revelou ao serviço russo da Rádio Sputnik que, hoje em dia, muitos países querem se livrar da hegemonia do dólar.

"A desdolarização, de fato, é semelhante a uma situação revolucionária […] Muitos países não querem usar mais o dólar, porque envolve grandes riscos, incluindo riscos políticos, que lhes custam dinheiro", revelou Korischenko.

Dólar corre risco de perder hegemonia global, adverte financista
Segundo o especialista, os EUA, sendo o emitente do dólar, começam a experimentar problemas sérios. O presidente dos EUA, Donald Trump, está tentando corrigir a balança de pagamentos do país, reduzir o déficit em conta corrente e diminuir a necessidade de atrair dinheiro do exterior.

"É uma espécie de crise. De fato, desdolarização é uma designação atribuída a uma situação na economia global quando o uso contínuo do dólar como moeda internacional se torna um problema para todos", explicou o financista.

Para o analista, o mundo entrou na fase de desintegração gradual do sistema centrado no dólar. "Entretanto, o novo sistema definitivamente não será multidivisas", sublinhou Korischenko.

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