"A chuva dos anéis de saturno é uma chuva torrencial, e não uma garoa, caindo na atmosfera do planeta. Gelo, gotas de água e poeira se movimentam tão rapidamente que Saturno ‘come' de 10 a 45 toneladas de matéria dos anéis por segundo", declarou Hunter Waite, físico do Instituto de Pesquisas do Sudoeste dos EUA.
Depois de quase 20 anos no espaço, a missão interplanetária Cassini se despediu de todos em setembro do ano passado, "mergulhando" na atmosfera de Saturno para desvendar como surgiu campo magnético no planeta e entender a relação entre o gigante com a aglomeração de gás e poeira.
Astrônomos descobriram esse fluxo de água e poeira ainda em 1980, mas não tinham certeza se era causado pelos anéis de Saturno. Ao dar seu último mergulho, a Cassini, além de confirmar que a chuva vem dos anéis, descobriu que a composição dos mesmos é bem parecida com a matéria dos cometas, contendo substâncias orgânicas, oxigênio e amoníaco.
Segundo medições da Cassini, a quantidade de gelo e poeira que cai no planeta é muito maior da que previa a teoria que descreve a organização dos anéis de Saturno e suas interações, comunicou a revista Science.
Os dados obtidos trazem luz a questões nunca antes desvendadas. Constata-se que nem sempre Saturno foi dono de anéis e com muito mais frequência destruiu suas luas, abrindo um leque de novas questões, por exemplo, como surgem anéis e quão longamente eles existiram no passado.