Caças F-22 são capazes de enganar sistemas S-300 na Síria?

Generais da ativa e da reserva dos EUA e das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) manifestaram preocupação com a entrega dos sistemas de mísseis antiaéreos S-300 à Síria, e estão agora ameaçando retaliar Moscou e Damasco.
Sputnik

Segundo a edição do The Drive, os EUA planejam usar seus caças F-22 Raptor de quinta geração na Síria, que, de acordo com militares americanos, são invulneráveis aos mísseis S-300.

O professor da Academia de Ciências Militares Sergei Sudakov acredita que os caças F-22 desempenham um ótimo papel de "olheiro", pois foram criados para suprimir e destruir defesas aéreas de alta tecnologia. No entanto, isso não significa que eles sejam completamente seguros.

"Um ou mais F-22 passam despercebidos aos radares inimigos, ligam seus próprios sistemas de supressão radioeletrônica e começam a interferir nos meios de detecção e orientação do inimigo. Paralelamente atacam os radares e as baterias antiaéreas", disse o professor à Sputnik.

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No entanto, o especialista ressaltou que, mesmo que os sistemas de defesa aérea terrestres não vejam o F-22, o caça se dará a conhecer no momento em que ativar o seu sistema de supressão radioeletrônica. De acordo com Sudakov, os meios de controles terrestres são capazes de localizar a fonte de radiação, o que significa determinar a localização da aeronave e enviar um míssil antiaéreo rapidamente.

Os especialistas acreditam que aeronaves absolutamente invisíveis não existem, e que a única coisa que o piloto do Raptor pode fazer com total segurança é determinar aproximadamente a zona de ação dos sistemas de defesa aérea, que podem mudar rapidamente de posição.

Segundo o especialista militar Mikhail Khodaryonok disse à Sputnik, "a baixa visibilidade do radar do F-22 é um fato. Mas dizer que este avião é invisível aos radares dos S-300 é um grande exagero. No diapasão de centímetros, ele realmente passa despercebido, mas isso não exclui a possibilidade de abrir fogo contra ele. E no diapasão de metros, por exemplo, o Raptor pode ser visto perfeitamente […] Agora há uma guerra de palavras e declarações. Eu estou absolutamente certo de que nem os israelenses, nem os americanos, atingirão os S-300, enquanto os especialistas russos estiverem de plantão operando estes sistemas", declarou o especialista militar.

Khodaryonok enfatiza que a falta de experiência dos sírios pode afetar negativamente as capacidades de combate do sistema russo e, desse modo, alimentar a mídia ocidental para promover mitos sobre sua baixa eficácia. Isso pode afetar seriamente a reputação da Rússia como exportadora de armas.

Por que Estados Unidos querem usar caças F-22 na Síria?
Os americanos testam constantemente as forças de defesa aérea da Síria, para sondar a cobertura dos radares e verificar se eles representam uma ameaça às aeronaves modernas feitas no Ocidente, relata a edição.

"Essa guerra de palavras, ameaças e terríveis insinuações é uma fachada comum por trás da qual Washington deseja declarar sua superioridade sobre a Rússia nas vésperas das eleições de 6 de novembro", disse Sudakov.

De certa forma, o Pentágono pensará dez vezes antes de lançar seus melhores aviões na direção dos sistemas de mísseis antiaéreos S-300. Pois manter a reputação de sua aeronave, em uma guerra real, é uma faca de dois gumes. Basta perder um único F-22 e a imagem militar-industrial dos EUA sofrerá danos enormes, que poderiam influenciar até mesmo os resultados eleitorais.

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