Esta semana, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediram ao Brasil que não renuncie ao Acordo de Paris contra a mudança climática.
Segundo o acordo, os países se comprometem a reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável.
O especialista revelou que as pesquisas de opinião pública internacionais demonstram que o Brasil está entre os três países com a população mais preocupada com as mudanças climáticas. Além disso, "o Brasil está entre os três países, no qual a população está disposta a fazer um sacrifícios" para combater as mudanças no clima.
Por esse aspecto, o Brasil não deveria abandonar o acordo de Paris, se o governo continuar respeitando a vontade popular.
"O Brasil sempre foi um protagonista [na área], começando com a Rio92, passando pela Rio+20", destacou o ambientalista.
"É uma reversão que, se acontecer, me parece que será contra a população brasileira. Será uma medida autoritária, em defesa de alguns interesses econômicos muito escusos", acrescentou Nobre.
O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. Aumentando gradualmente a redução das emissões em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.
O ambientalista explicou à Sputnik Brasil que, através da restauração das florestas tropicais, que podem retirar grandes quantidades de gás carbono, o país teria uma grande vantagem no futuro. Isso "representa um grande potencial econômico", desde que essa "retirada de carbono seja pressificada".
Além disso, a medida ajudaria a desenvolver a agricultura.
"Manter os ecossistemas naturais é muito benéfico para a própria agricultura", disse o especialista. Você consegue aumentar grande quantidade de polinisadores ao preservar as áreas de ecossistemas naturais.
"Isso vai tornar a agricultura brasileira muito mais lucrativa e competitiva", concluiu Carlos Nobre.