Na quarta-feira (10), um portal vietnamita informou que militares americanos e israelenses teriam visitado secretamente a Ucrânia para estudar sistemas análogos aos mísseis S-300 que estão em serviço das Forças Armadas da Ucrânia.
Porém, o colunista da Sputnik Andrei Kots explica por que as informações da mídia vietnamita parecem não corresponder à realidade.
Em primeiro lugar, o autor vietnamita Khang Minh ao informar sobre a suposta visita refere-se à mídia russa, mas, na verdade, nenhuma edição russa escreveu sobre isso.
Por sua parte, Kiev e Washington admitem que os F-15C foram deslocados à Ucrânia, mas esclarecem que as aeronaves chegaram ao país ainda em 6 de outubro para participarem das manobras Clear Sky 2018. Os treinamentos envolveram 8 países europeus, mas não Israel, acrescenta Kots.
O analista destaca que o Exército de Israel possui apenas 17 caças do tipo F-15C e estes não são o modelo mais novo à sua disposição. Por exemplo, Israel poderia ter optado pelos F-35I, desenhados para superar os sistemas de defesa aérea.
Se tivermos em conta que os sistemas ucranianos de mísseis não podem se equiparar com os atuais sistemas russos, o sentido da suposta visita fica ainda menos claro.
O analista militar Milhail Khodartenok frisa que os S-300 da Ucrânia foram produzidos antes de 1991. Eram os primeiros modelos e, desde então, a arma foi alterada drasticamente na Rússia.
Ainda por cima, os pilotos israelenses não precisam sobrevoar o território ucraniano para testar os sistemas, já que um avião moderno é capaz de registrar as frequências que os armamentos utilizam mesmo sem entrar no seu raio de alcance.
"Afinal de contas, é pouco provável que os pilotos israelenses perdessem tempo a fazer uma reconstrução histórica com os S300PT e os F-15C", conclui Kots.
No início de outubro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou que Moscou havia finalizado a entrega de 49 componentes dos sistemas de defesa antiaérea S-300 à Síria. Tal medida foi tomada após a derrubada acidental de um avião militar russo por baterias antiaéreas sírias. A aeronave alegadamente foi usada como escudo pela Força Aérea de Israel e o incidente provocou a morte de 15 militares que seguiam a bordo.