História não escrita: quanto tempo nos resta para evitar catástrofe global?

Apesar de todas as previsões drasticamente negativas, ainda é possível prevenir um desastre provocado pelo aquecimento global.
Sputnik

Doze anos restam para a humanidade se ela quiser evitar uma catástrofe global. Tal alarme é apresentado na conclusão do relatório divulgado na semana passada pelo Grupo Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês). No entanto, ainda há tempo para prevenir o desastre e tudo está nas mãos do ser humano.

Grande fenda se forma próxima à geleira Helheim, perto da cidade de Tasiilaq, no sudeste da Groenlândia, em 22 de junho de 2018

O aumento de nível da água nos oceanos, o derretimento das geleiras, o desaparecimento dos recifes de corais, as secas e os sofrimentos das populações mais pobres e vulneráveis são apenas algumas das consequências provocadas pelo aquecimento global que pode ser irreversível até 2030, indica o jornal Popular Science.

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Apesar deste cenário sombrio, ainda há coisas que podem fazer com que a temperatura não aumente mais de um grau e meio nos próximos anos (mudança que, segundo o acordo climático de Paris, não representa ameaça). Por exemplo, reduzir drasticamente as emissões de dióxido de carbono que causam o aquecimento da atmosfera antes de serem reabsorvidas, junto com outros gases de efeito estufa. Devido a esse processo, o planeta também aumenta sua temperatura.

No ano passado, foram emitidas 32,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono e, se números semelhantes forem mantidos nos próximos anos, o cenário seria catastrófico até 2036.

Outra opção para evitar a catástrofe é eliminar a dependência de combustíveis fósseis.

Diferentes possibilidades

Em meio a todos esses avisos e projeções, o IPCC estima que só possam ocorrer realmente dois cenários. No primeiro deles, a temperatura global se estabilizaria em 1,5 graus acima da atual; enquanto no segundo, esse limite seria excedido em meados do século, o que exigiria usar a tecnologia de captura de carbono e criar novos sumidouros de carbono.

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No entanto, alguns especialistas, como David Archer, professor do Departamento de Geociências da Universidade de Chicago (EUA), já se pronunciaram contra essa possibilidade. Em particular, na opinião dele, exceder o limite é "realmente perigoso", visto que uma vez ultrapassado "não se pode parar".

Para evitar esse futuro desfavorável, a análise insiste na necessidade de uma mudança de comportamento a nível pessoal, político e global.

Além disso, os especialistas apontam para um ponto importante que não deve ser esquecido: o poder político que a população tem e que pode ajudar a modificar as decisões sobre o clima a nível governamental.

O cenário não é bom, "mas não precisa ser tão ruim", admite Archer, que conclui: "A história ainda não foi escrita."

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