Hoje (26), na sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em pleno coração de Moscou, se deu uma cerimônia solene da abertura da exposição dedicada ao recente aniversário do relacionamento bilateral entre os dois países. O evento proporcionou uma recapitulação apresentada em fotos e documentos dos laços russo-brasileiros desde seu início, datado de 3 de outubro de 1828, até o governo Temer.
"É simbólico que o Brasil tenha sido o primeiro país da América Latina com o qual o governo russo estabeleceu os laços diplomáticos. De fato, o Brasil serviu como uma 'porta' a essa região singular para a Rússia. A partir daí, percorremos um caminho grande, acumulamos experiência considerável da cooperação construtiva", disse o chanceler russo ao intervir na abertura do evento.
Sergei Lavrov frisou a importância da interação russo-brasileira em causas de paz, que se alimenta pela proximidade ideológica das doutrinas dos dois países, reiterando a importância da coordenação estreita em tais plataformas como a ONU, o G20 e os BRICS. O titular da pasta também aproveitou a oportunidade para sublinhar os êxitos dos projetos culturais, como é o caso da Escola do Teatro Bolshoi em Joinville, única filial deste tipo no exterior.
Em uma entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, o embaixador brasileiro Antonio Luis Espinola Salgado avaliou os resultados da sua missão diplomática de dois anos, que começou vários meses depois da chegada do governo Temer.
"Nesses dois anos em que eu estive aqui à frente da embaixada em Moscou as relações entre a Rússia e o Brasil se aprofundaram mais ainda, nós tivemos a visita do presidente Temer em junho de 2017, durante a qual foram assinados vários documentos, houve um seminário de investimentos na ocasião. O nosso diálogo político tem se desenvolvido muito em vários níveis e sobre vários temas, desde desarmamento, não proliferação de armas e direitos humanos até os temas multilaterais", assegurou o diplomata.
Além de tudo, Salgado sublinhou que hoje em dia o comércio bilateral se encontra na casa de 6 bilhões de dólares, que "pode aumentar ainda mais", inclusive por haver "investimentos importantes" no Brasil na área de gás, na região amazônica.
O campo nuclear, o de defesa e o espacial também foram destacados pelo embaixador como promissores, lembrando ainda da esperada assinatura de um memorando de cooperação entre o Instituto Tecnológico de Skolkovo e várias instituições brasileiras. Isso, na opinião do diplomata, estará em desenvolvimento a despeito de governos que estiverem mudando em ambos os países.
"As nossas relações atingiram já o nível estratégico e permanente, que não depende desse ou daquele governo em ambos os lados. É uma relação que tem trazido benefícios para os dois lados e deve continuar assim se desenvolvendo, seja quem for o governante", resumiu o interlocutor da Sputnik.