Pesadelo em Wall Street? Queda nas bolsas ameaça economia estadunidense

Nesta semana os três principais índices bolsistas dos EUA mostraram uma queda acentuada e se situam em terreno negativo. Quais são as causas dessa queda e para quando é de esperar uma nova crise global?
Sputnik

Segundo a CNN, o índice NASDAQ, que agrega as principais tecnológicas norte-americanas como Apple, Amazon, Google e Facebook, sofreu uma queda de 4%, a maior queda desde agosto de 2011. O Dow Jones Industrial e o índice Standard & Poor’s 500 caíram 2,4% e 3% respetivamente. Essa queda provocou um efeito dominó que atingiu as principais bolsas asiáticas.

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Os analistas do banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs consideram que na primeira metade do próximo ano a bolsa dos EUA deixará de ser uma ferramenta de apoio à economia dos EUA e se converterá em um obstáculo.

Alec Young, diretor da pesquisa de mercados globais da FTSE Russell, opinou que a atual queda poderia ter sido causada por vários fatores econômicos, mas o principal responsável é a Reserva Federal (banco central dos EUA).

"Parece que a Reserva Federal planeja continuar a subir a taxa de juro, apesar dos crescentes sinais de desaceleração do crescimento global", disse ele ao portal Market Watch.

O professor da Universidade de Yale, Stephen S. Roach, considera por sua vez que o bem-estar da economia dos EUA poderia ser prejudicada pelo aumento da inflação. Atualmente, o ciclo de inflação nos EUA está em período de crescimento.

"Agora a confluência de forças globais e locais começa a empurrar a inflação a crescer", escreveu Roach em seu artigo para a edição Barrons, sublinhando que a inflação mos EUA poderia aumentar até 3% ou 3,5% em 2019.

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Os analistas do banco JPMorgan Chase & Co. consideram que a verdadeira queda nas bolsas estadunidenses ainda está por vir. As futuras turbulências serão causadas pelos fundos passivos, que atualmente gerem ativos no valor total de 7,4 bilhões de dólares.

De acordo com a agência Bloomberg, em 2007 os investimentos passivos – estratégia que implica a intervenção mínima do investidor na carteira de investimentos – constituíam aproximadamente 26% dos investimentos ativos e atualmente representam 83%.

Se os preços dos títulos das empresas norte-americanas incluídas no S&P 500 caírem 10%, os efeitos negativos serão inevitáveis. Nesse caso, o PIB do país norte-americano diminuirá 0,75% no segundo trimestre de 2019.

A venda ativa de títulos tornou os mercados mais vulneráveis a um colapso ainda maior, disse o diretor de investimentos da Independent Advisor Alliance, Chris Zaccarelli.

"O mercado começou a viver sua própria vida e a venda [de valores] está gerando mais vendas", disse Chris Zaccarelli.

Vários especialistas não descartam que as futuras quedas nas bolsas de valores dos EUA são capazes de provocar uma reação em cadeia porque, por exemplo, as bolsas asiáticas já estão em queda.

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Os especialistas do JPMorgan Chase têm 60% de certeza de que a futura recessão ocorrerá nos EUA em 2020, informou a Bloomberg.

Entretanto, o futuro colapso não será de grande escala, porque atualmente o valor dos ativos pertencentes aos países em desenvolvimento é menor do que era em 2008.

"A transferência de investimentos ativos para os passivos […] reduz as capacidades do mercado para prevenir quedas na bolsa e de recuperar depois delas", sublinharam os autores do relatório citado pela agência.

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