A carne brasileira estava embargada no mercado russo desde novembro de 2017 devido à presença de ractopamina em produtos de origem animal de plantas frigoríficas brasileiras.
Segundo Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o mercado russo gerava lucros na casa de US$ 1 bilhão ao ano para o agronegócio brasileiro.
"A Rússia respondeu praticamente por 40% dos embarques totais de carne suína e 50% do faturamento e no caso da carne bovina. (…) As duas representam uma receita de R$ 1 bilhão de dólares, é significativo você perder um mercado desse", contou.
A ractopamina é um aditivo alimentar usado para fazer com que animais ganhem peso de forma mais eficiente e acumulem menos gordura. O uso do produto em rações é aprovado pela Organização Mundial da Saúde, mas não é autorizado pela Rússia, União Europeia e China.
Hélio Sirimarco explicou que antes 48 frigoríficos exportavam para a Rússia, agora apenas 9 se enquadraram nas restrições.
"Quando você tem um problema dessa natureza, em função de fazer alteração no seu sistema produtivo, ele pode ou não alterar, aparentemente um número pequeno de frigoríficos se submeteu às novas normas sanitárias russas, tanto que só esse pequeno número que foi autorizado", disse.
Por meio de um vídeo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, comemorou a liberação e afirmou que a decisão era muito esperada pelos produtores brasileiros, em especial os suinocultores. "É difícil abrir mercado, é fácil perder mercado e é muito mais difícil recuperar mercado", disse.
O presidente da República, Michel Temer, anunciou a decisão russa por meio da rede social Twitter e agradeceu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, "pela colaboração comercial com nosso país".