Altos funcionários abusam do poder e agem "com impunidade" e "quando um guarda ou policial 'escolhe' uma mulher, ela não tem outra escolha a não ser concordar com quaisquer exigências que ele faça, quer seja sexo, dinheiro ou qualquer outro favor", segundo a Human Rights Watch.
A vereadora norte-coreana Oh Jung-hee descreve no relatório que as mulheres eram consideradas "brinquedos sexuais", e que por fazer parte do cotidiano "ninguém pensa nisto como um grande problema", mas que de certa forma isso reflete no psicológico delas. Devido à normalização dos abusos e à indiferença das autoridades, nenhuma vítima acaba prestando queixa.
As violências acontecem principalmente quando elas atravessam a fronteira entre a China e a Coreia no Norte, tanto para ir ao trabalho quanto para fugir.
Apesar de a realidade de violação aos direitos humanos ser altamente documentada na Coreia do Norte, mulheres continuam sendo alvo mais vulnerável e preferencial.
O país asiático tenta camuflar as notícias referentes a abusos e violências sexuais, e, por isso, o relatório busca expor esses escândalos.
Em declaração ao The Guardian, o diretor-executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth, afirma que "depois deste relatório, a Coreia do Norte não pode dizer que a violência sexual não existe, por isso ou mudam o tom ou resolvem o problema. Kim Jong-un pode parar isto, ele pode reforçar as leis que já existem".