Mais cedo, o chefe do Corpo Militar Internacional da Aliança Atlântica, Jan Broeks, declarou que em caso de conflito armado com a Rússia, os países europeus membros da OTAN iriam enfrentar problemas realmente sérios.
De acordo com o senador russo e membro do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Oleg Morozov, isso se destina a inspirar medo nos europeus e, consequentemente, conseguir mais investimentos para a OTAN.
"Tais declarações têm dois objetivos. O primeiro é dar um sinal a todo o mundo que a Rússia é agressiva e pode iniciar uma guerra real na Europa. A escalada do medo", sublinhou.
O segundo objetivo, segundo ele, é mostrar aos europeus que eles estão desprotegidos perante um "agressor potencial" e dizer que é necessário pagar pela "segurança".
"Na realidade, o transporte de material militar é uma questão secundária e pode ser resolvida. Praticamente todos os países europeus da OTAN, inclusive os que fazem fronteira conosco [Rússia], têm material militar da Aliança posicionado em seu território. Nas condições atuais, aumentar esse potencial é uma questão de alguns dias", enfatizou.
"Na realidade, nos EUA toda a escalada finalmente se reduz a dinheiro", afirmou.
Ao comentar a situação à Sputnik, o especialista militar russo Igor Korotchenko explicou o que, de fato, significam esses planos do bloco militar.
"Essas declarações provam que a OTAN continua se preparando para uma guerra, a ritmo acelerado. As palavras do general Broeks são um apelo para o levantamento de todos os obstáculos que impedem a criação de condições, caso apareça tal necessidade, de permitir uma logística desimpedida e um desdobramento desimpedido de unidades de ataque das tropas da Aliança Atlântica nas proximidades das fronteiras da Rússia. É evidente que tais apelos serão realizados através de decisões concretas e isso é extremamente perigoso", afirmou o especialista.
Quanto às medidas que a Rússia poderia tomar como reação às declarações acima mencionadas, Korotchenko opina que a resposta será "assimétrica, mas ao mesmo tempo relativamente barata", pois não vale a pena "entrar nessa corrida armamentista", mas também não é possível deixar tais planos da OTAN "sem atenção".