Venezuela usa seu petróleo bruto para contornar sanções dos EUA

A Venezuela desenvolveu mecanismos especiais que permitem ao país continuar negociando com parceiros estrangeiros, apesar das penalidades existentes e iminentes introduzidas pelos Estados Unidos.
Sputnik

Caracas planeja trocar o petróleo bruto do país por produtos importados, segundo Jesus Faria, vice-presidente encarregado dos assuntos econômicos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

"O petróleo é nosso principal recurso para participar do comércio internacional. Sem dúvida, estamos tentando usá-lo para resistir à pressão externa" declarou Faria. "Desenvolvemos alguns mecanismos, projetos sobre possíveis permutas de nosso petróleo bruto por produtos. No entanto, não vemos esse mecanismo como a única saída".

De acordo com o funcionário, o lançamento do El Petro, o primeiro criptomoeda apoiado pelo petróleo patrocinado pelo Estado, deve ajudar o governo venezuelano a combater a difícil situação econômica.

"Além disso, aprovamos um ato legislativo com o objetivo de rejeitar o dólar americano em negócios e transações internacionais", comentou Faria.

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A República Bolivariana está atualmente passando por uma das piores crises econômicas da história, com a hiperinflação rumando a 1.000.000% até o final do ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Milhares de pessoas estão supostamente fugindo da pobreza para países vizinhos. Nos últimos anos, a Venezuela tornou-se sujeita a numerosas sanções dos EUA, atingindo as finanças do país e a emissão de dívida, bem como a estatal petrolífera PDVSA.

Washington acusa o governo venezuelano de violar os direitos humanos e minar a democracia. Os cidadãos dos EUA estão atualmente proibidos de comprar dívidas recém-emitidas da Venezuela e de suas empresas estatais. Os EUA continuam sendo o principal importador de petróleo da Venezuela, e Washington tem relutado em aplicar quaisquer penalidades diretas à indústria petrolífera do país.

No início desta semana, a Casa Branca introduziu outra proibição, desta vez — em lidar com entidades e pessoas envolvidas com as vendas de ouro da Venezuela, que os EUA descrevem como "corruptas ou enganosas".

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