As mudanças são revolucionárias para um país em que 98% da população se dizem cristã ortodoxa. Na terça-feira, o premiê Alexis Tsipras se reuniu com o arcebispo Hieronymos II e membros do Santo Sínodo da Igreja da Grécia para discutir a reforma, e as partes chegaram a um acordo que contém 15 pontos e um preâmbulo.
"Depois de um diálogo abrangente e franco de longo prazo entre o Estado e a Igreja — diálogo este que ocorreu em uma atmosfera de respeito e compreensão — agora temos a oportunidade de avançar para iniciativas combinadas e mutuamente aceitáveis e mutuamente benéficas relacionadas à racionalização de nossas relações", diz a declaração conjunta.
Entre outros pontos, a Grécia concordou em pagar um subsídio anual à Igreja referente ao salário dos padres. O montante será depositado em um fundo especial da igreja e sofrerá reajustes levando em consideração o salário médio do Estado grego.
A medida é uma reparação pela Lei 1731 editada de forma compulsória em 1939, obrigado a Igreja a ceder terras e propriedades por uma indenização inferior ao valor real. Os salários ao clero seriam, portanto, uma forma de compensação pela propriedade adquirida.