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'Escola sem partido na USP é impossível', diz reitor da universidade

O reitor da USP, Vahan Agopyan, defendeu a autonomia universitária, prevista pela Constituição, e afirmou que é impossível aplicar um projeto como o Escola Sem Partido na USP.
Sputnik

Agopyan afirmou que não tem como a universidade deixar de ser um lugar de debate, observando que os debates políticos eram intensos mesmo no auge da ditadura militar. 

"Na universidade é impossível, pela genese da universidade. É um local de debate. No auge da ditadura os debates eram intensos aqui. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem a autonomia da USP, a USP não precisa seguir. Isso fere. Porque a universidade é um locus de debate. Você não pode impedir", destacou.

"O debate é importante porque estamos formando cidadãos, nós formamos profissionais, mas o grande objetivo da USP é formar excelentes cidadãos e excelentes líderes. Não consigo imaginar um professor fazendo proselitismo para os alunos, mesmo quando o professor da um curso de Marxismo, mostra as críticas, faz parte da formação", acrescentou. 

O reitor da USP, no entanto, não deixou de manifestar preocupação em relação ao avanço do extremismo e sua interferência na vida universitária. 

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"Os problemas da sociedade repercutirem dentro da universidade é uma coisa natural porque ela é o locus ideal para discussões, debates e articulacoes de novas ideias. O que me preocupa é que está se criando um extremismo absurdo, isso começou a se refletir aqui dentro", afirmou.  

De acordo com o reitor, "quando começaram a divulgar os resultados das eleições já estavam convocando nas redes sociais para comemorar a vitória e marchar para a Historia e Geografia". 

"E então já passaram a chamar todos para defender Historia e Geografia. Era que nem torcedores gangsteres de time de futebol, marcando dia e hora para começar uma briga, chamando pessoas externas. Tivemos que intervir e fazer um controle seletivo nas entradas. Entraram uns 20 black blocks e 20 neonazistas. E tinha polícia. Como eram só 20 e 20 e uns simpatizantes, não deu nada. Se fossem 100, seria perigoso", observou. 

Ao comentar os riscos de um clima de denuncismo na instituição, o reitor da USP foi enfático: "Denunciar para quem? Eu não vou criar um mecanismo de controle ideológico dentro da unversidade", concluiu. 

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