"O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, declarou e reiterou que modificará os termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e o que foi acordado com Cuba(…) ", afirmou o Ministério da Saúde de Cuba por meio de nota obtida pela agência Reuters.
Segundo a revista Exame, a ilha caribenha solicitou o retorno de mais de 11 mil médicos que atualmente trabalham no Brasil.
"Nestes cinco anos de trabalho, perto de 20 mil colaboradores cubanos ofereceram atenção médica a 113 milhões 359 mil pacientes, em mais de 3 mil 600 municípios, conseguindo atender eles um universo de até 60 milhões de brasileiros na altura em que constituíam 88% de todos os médicos participantes no programa. Mais de 700 municípios tiveram um médico pela primeira vez na história", afirmou o Ministério da Saúde de Cuba em sua nota.
Bolsonaro foi ao Twitter responder a situação:
"Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou."
No final de 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a ausência de revalidação de diplomas estrangeiros no Mais Médicos é legal, informa a Folha de S. Paulo. Segundo as regras do programa, médicos sem diplomas revalidados no Brasil podem atuar apenas nas unidades básicas de saúde por três anos. Após esse período, é necessário revalidar o diploma.