Há décadas que os cientistas buscavam um planeta perto da estrela de Barnard e finalmente parecem ter encontrado, indica a revista.
"Acreditamos que isso é o que chamamos de Super Terra e que possivelmente será um planeta rochoso na sua maior parte, com uma atmosfera maciça. Talvez seja muito rico em matérias voláteis como água, hidrogênio, dióxido de carbono. Muitos deles estão congelados na superfície", disse o astrônomo Guillem Anglada Escudé, da Universidade Queen Mary de Londres, à BBC.
Originalmente, os especialistas acreditavam que, por suas características, este era o planeta rochoso mais próximo e mais parecido com a Terra. Porém, hoje em dia, muitos planetólogos acham que o planeta não pode ser habitável devido à atmosfera instável da anã vermelha, que pode afetar a atmosfera do planeta.
Após esta descoberta, Anglada Escudé e sua equipe decidiram verificar se existiriam planetas perto de outras estrelas próximas de nós, em particular a estrela Barnard e a Ross 154, que se encontram respetivamente a cerca de 6 e 10 anos-luz do Sistema Solar.
O aparelho, segundo os cientistas, consegue detectar as mínimas "oscilações" das estrelas, originadas pela sua interação gravitacional com planetas.
O novo método não tardou a dar resultados. Após analisar as observações antigas da estrela de Barnard nos últimos 20 anos e os dados obtidos graças ao HAPRS nos últimos dois anos, os cientistas afirmam ter "99% de certeza" que detectaram sinais da existência de um planeta.
Segundo os pesquisadores, o potencial planeta tem uma massa 3,2 vezes maior que a da Terra. O planeta conclui a órbita em torno da estrela de Barnard em 233 dias e está afastado desta à mesma distância que Mercúrio do Sol.
Porém, muitas características do planeta ainda permanecem desconhecidas. Os astrônomos não têm a certeza se é rochoso como a Terra ou se é formado por gases e gelo como Neptuno.
Os pesquisadores esperam resolver estes enigmas nos anos 2020, após receber fotografias das missões GAIA e dos telescópios WFIRST e James Webb que a NASA planeja lançar ao espaço no início da próxima década.