A chegada dos primeiros membros da caravana a Tijuana provocou uma reação anti-migrante na cidade fronteiriça mexicana. O prefeito de Tijuana, Juan Manuel Gastelum, está liderando a acusação de expulsar os encrenqueiros e pede ajuda ao governo federal para lidar com o influxo.
"Nenhuma cidade do mundo está preparada para receber essa avalanche - se me permitem", declarou durante uma entrevista coletiva na prefeitura. "É um tsunami. Existe preocupação entre todos os cidadãos de Tijuana", acrescentou.
"Haverá tolerância zero a qualquer conduta que viole a lei e a ordem social. Proteger a segurança dos tijuanos é a principal prioridade", continuou.
Qualquer membro da comunidade de migrantes que forem violentos será entregue às autoridades de imigração para que sejam deportados para o seu país de origem, comentou Gastelum na sexta-feira. Em uma entrevista anterior à TV local, Gastelum chamou os migrantes de "vagabundos" e "maconheiros" que não fazem nada além de perturbar a "tranquilidade e segurança de Tijuana".
Tijuana tem uma longa história de receber os migrantes, mas parece ser dominada pelas chegadas em massa que, segundo o governo federal, podem chegar a 10.000 nas próximas semanas. Com o afluxo de refugiados, grupos anti-migrantes surgiram nas redes sociais pedindo aos seus seguidores que se opusessem à "invasão".
A oposição virtual tornou-se real na noite de quarta-feira, quando os moradores de Playas de Tijuana enfrentaram os migrantes da América Central, exigindo que eles saíssem porque "representam um risco para a comunidade".
#ALMOMENTO Se registra un enfrentamiento en playas de #Tijuana entre vecinos y migrantes #Milenio23hr con @hzamarronpic.twitter.com/9VFmo4c0ss
— Noticias con HZ (@milenio23hr) 15 de novembro de 2018
Watch: Migrant caravan clashes with Mexican residents of Tijuana pic.twitter.com/AAtmfFniGW
— Jack Posobiec 🇺🇸 (@JackPosobiec) 16 de novembro de 2018
A polícia de Tijuana alegadamente fez pouco para intervir, mas supostamente prendeu um guatemalteco e um hondurenho por perturbar a ordem pública. Três outros centro-americanos foram detidos no mesmo dia por supostamente fumar maconha.
As autoridades estatais de Baja California, onde Tijuana está localizada, já acomodaram pelo menos 4.000 pessoas antes do último fluxo e disseram que não têm recursos para atender a crescente comunidade de refugiados de maneira "humanitária". Eles advertiram que aqueles que planejam a jornada para os EUA terá que permanecer no México por pelo menos 4 meses antes que as autoridades americanas possam processar seus pedidos de asilo.