Especialista analisa perspectivas do novo sistema de navegação chinês

A China resolveu desenvolver seu próprio sistema de navegação por satélite, o Beidou, o que gerou uma grande especulação sobre a capacidade do sistema diante dos sistemas americano e russo.
Sputnik

Dois satélites do novo sistema chinês, Beidou-3, foram colocados em órbita pelo foguete Changzheng-3V, obtendo dessa maneira a China sua frota básica para o sistema de navegação nacional. O lançamento ocorreu no centro de lançamentos de satélites de Xichang, na província de Sichuan.

Atualmente a China utiliza em torno de 17 satélites de navegação e os dois novos Beidou (Ursa Maior, em chinês) deverão se juntar a eles.

Já a Corporação Espacial chinesa comemora o fato de que o gigante asiático tenha concluído com sucesso o desenvolvimento do sistema de navegação global Beidou, afirmando que esse foi um passo muito importante para a transformação do sistema e que ele deverá funcionar até o fim do ano, além de oferecer os serviços básicos de navegação aos países do projeto Nova Rota da Seda.

Para o especialista russo, Natan Eismont, do Instituo de Estudos Espaciais da Academia de Ciências da Rússia, o recente lançamento realizado pelos chineses teria sido algo de muito importante, ressaltando que atualmente no mundo há dois sistemas de navegação, o GPS e o Glonass, além do sistema europeu Galileo, contudo os europeus ainda não contam com todos seus satélites em órbita.

Qual seria o real motivo de a China estar produzindo tantas armas diferentes?
O especialista comentou que o país asiático hoje está completando seu próprio sistema, visando a independência, já que quase todas as áreas seriam dependentes do sistema, como por exemplo, a economia e a defesa. Sendo assim, o Beidou é totalmente necessário para que o país possa confiar exclusivamente em si mesmo, acreditando que os chineses terão de igualar o sucesso de seus parceiros e concorrentes.

Eismont destacou à Sputnik Mundo que a China conseguiu desenvolver um sistema de navegação preciso e atingindo um grande alcance de cobertura, fazendo com que o sistema chinês seja competitivo. Entretanto, os demais sistemas também continuam se desenvolvendo, pois o processo não inclui apenas o lançamento de satélites, mas também sua manutenção e o desenvolvimento constante deles para que sejam resistentes às mudanças climáticas no espaço e nas zonas polares.

A China prevê realizar o lançamento de pelo menos seis satélites de navegação até 2019. Ressaltando que o objetivo inicial era o desenvolvimento de uma rede de navegação global similar ao sistema GPS americano e ao GLONASS russo até 2020, sendo ela composta por 35 aparelhos, que incluem 27 satélites MEO, 3 satélites IGSO e 5 satélites GSO.

Comentar