Para que é que a Rússia "vai pelo seguro" e será que a crise de petróleo na verdade está ameaçando o planeta? O colunista da Sputnik Maksim Rubchenko analisou o problema em seu artigo especial.
Pessimistas e otimistas
O Ministério das Finanças e o Banco Central da Rússia também tornaram públicas suas expectativas, que coincidem com as mencionadas acima.
Enquanto isso, os analistas ocidentais falam igualmente sobre a possível a redução dos preços. Por exemplo, se o banco JP Morgan Chase anteriormente prognosticava o preço médio anual de 83,5 dólares por barril, agora o baixou para 73 dólares. Já em 2020, na opinião da entidade, o valor atingirá 64 dólares. Isto, porém, continua bem acima dos preços previstos pelo governo russo.
Avaliações diferentes
O problema consiste em que, devido à queda dos preços nos últimos cinco anos, as empresas petrolíferas em todo o mundo reduziram seus investimentos na exploração de novas jazidas, enquanto as antigas já não são capazes de satisfazer a demanda crescente.
"Muito poucas empresas petrolíferas podem se dar ao luxo de investir plenamente na exploração de novas jazidas de petróleo, por isso na década de 20 o mundo enfrentará uma evidente escassez física de petróleo", assegurou o chefe do Departamento Europeu de Pesquisa Energética do Goldman Sachs, Michele Della Vigna, em uma entrevista recente à emissora CNBC.
A Agência Internacional de Energia também adverte contra o risco de escassez significativa deste combustível no mercado internacional em meados da próxima década. O órgão frisa que a indústria de xisto não irá ajudar, pois para evitar a escassez seria preciso aumentar a exploração deste tipo de commodity em 10 milhões de barris por dia, o que é quase impossível.
Indústria de xisto
Como consequência, os operadores estadunidenses são obrigados a aumentar os ritmos de exploração a cada ano, ou seja, fazendo crescer as despesas e mantendo o mesmo nível de produção.
Além disso, os especialistas acreditam que as jazidas de xisto se esgotam muito mais rapidamente que as comuns.
O Goldman Sachs, por exemplo, frisa que, no ano passado, o ramo viveu um boom extraordinário de produtividade, porém, este ano tem diminuído muito, bem como os volumes extraídos.
Desse jeito, opinam os especialistas do banco, até o ano de 2020 a indústria de xisto nos EUA vai crescer anualmente em um milhão de barris por dia. Mas, até 2025, provavelmente entrará em queda.