Aprovada pelo Senado em 2016, a lei foi relatada por Tasso Jereissati (PSDB) e mesmo sobre pressão de deputados — que tentaram afrouxar as regras de nomeação —, senadores conseguiram manter a versão original. Uma Emenda proposta pelo deputado José Carlos Araújo (PR) modificou, porém, as regras de nomeação: se antes estavam proibidas as indicações de parentes de até terceiro grau e de ex-ocupantes de cargos públicos, a alteração aprovada na Câmara muda todo o escopo e flexibiliza o emprego de pessoas nestas condições.
"Nós votamos e aprovamos dessa maneira, a Câmara fez mudanças que não concordamos. Não vejo nenhuma perspectiva de mudanças no Senado. As medidas modificadas na Câmara descaracterizam totalmente o que se pretendia com lei no momento em que foi pensada", afirmou.
A opinião é compartilhada pelo colega partamentar, o senador José Reguffe (Sem Partido — DF). Além garantir voto contrário ao texto da Câmara, Reguffe defende ainda um endurecimento ainda maior das restrições de nomeação, às quais ele considera que devem ser "isentas de influências político-partidárias".
"São cargos técnicos, que precisam ser ocupados por pessoas qualificadas, que entendam daquele tema. O que nós vemos é um festival de indicações, políticos querendo tomar conta do seu quinhão, em um lugar que deveria ser de defesa dos interesses do cidadão", afirma o senador. "Deveríamos ter todos os cargos de comissão e assessoramento tanto de estatais quanto de agências reguladoras sendo ocupadas por quadros da própria empresa.Há pessoas muito qualificadas nesses órgãos e a direção deveria priorizar quem construiu ali a sua história e que conhecem bem o funcionamento".
De acordo com Medeiros, a Casa deve encontrar espaço na grade de votação para rejeitar as mudanças ainda na semana que vem. Sem precisar data, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira já adiantou que a proposta dos deputados não deve passar na votação.