Em um relatório sobre as perspectivas econômicas para o novo governo Bolsonaro, o ministério observou que o principal obstáculo ao pedido do Brasil para entrar na OCDE, feito em maio de 2017, era a oposição dos EUA e, em particular, do escritório do Representante Comercial norte-americano.
"Um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos pelo presidente eleito faria uma diferença fundamental", recomendou a pasta brasileira.
A OCDE, com 37 membros, é um fórum para países democráticos com fortes economias de mercado. Na América Latina, apenas o Chile, o México e a Colômbia são membros, mas não a maior economia da região, o Brasil.
O ministério disse que o pedido do Brasil está bem avançado e deve estar pronto em março.
Bolsonaro, um político de direita que compartilha as visões conservadoras e nacionalistas de Trump, assumirá o cargo em 1º de janeiro e prometeu adotar políticas ortodoxas em uma das economias mais protegidas do mundo.
O relatório do ministério observou que os Estados Unidos estão comprometidos em apoiar a Argentina a entrar na OCDE, mas o vizinho do Brasil na América do Sul está apenas começando o processo de adesão.
Ao mesmo tempo, ele lembrou que o escritório do Representante de Comércio dos EUA se opôs à entrada citando "posições anacrônicas que os governos brasileiros assumiram nas negociações em organizações comerciais". O Federal Reserve e os departamentos do Tesouro e do Estado dos EUA apoiam a adesão do Brasil, acrescentou.