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Funai, 51 anos: quem vai cuidar dos índios do Brasil?

Criada em 5 de dezembro de 1967, a Fundação Nacional do Índio (Funai) chega aos 51 anos com a incerteza de quem não sabe para onde ir. Acuado por posturas polêmicas do governo eleito, o órgão responsável pela proteção dos direitos dos povos indígenas deve sofrer mudanças radicais em 2019, que, na prática, poderão comprometer sua própria finalidade.
Sputnik

Durante seu período de campanha, o agora presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que, se assumisse o Palácio do Planalto, pretendia interromper a demarcação de terras indígenas, fonte de intensos e frequentes conflitos fundiários. Tendo nos chamados ruralistas uns dos seus principais apoiadores, o político é visto por indígenas, indigenistas, defensores dos direitos humanos e ambientalistas como uma ameaça ao modo de vida dos povos originários, os quais ele comparou a animais em um zoológico quando mantidos dentro das terras demarcadas. 

No início desta semana, o escolhido por Bolsonaro para chefiar a Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo de transição estava considerando transferir a gestão da Funai do Ministério da Justiça para o Ministério da Agricultura, que, em geral, cuida de interesses de grupos que se opõem à preservação de territórios indígenas. A informação, no entanto, não foi confirmada pelo próximo chefe de Estado, que declarou apenas que o órgão vai para "algum lugar". 

"A nossa civilização é muito diferente da civilização deles. Costumamos preservar mãe natureza, preservar as nossas matas, os nossos rios, as nossas tradições. E é tudo isso que Bolsonaro não quer. Ele quer acabar com as nossas reservas naturais, ele quer acabar com os animais nativos da mata atlântica ou de qualquer outro tipo de mata. É isso que nós não aceitamos e enxergamos como ameaça."

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