Segundo ele, essa atitude foi tomada para iludir aqueles que estavam trabalhando na construção do túnel. "Meus comentários de dois anos atrás de que não havia túneis no norte foi uma mentira com o propósito de preservar a segurança do Estado. Eu não queria que o Hezbollah soubesse que nós sabíamos", revelou o ex-ministro para a Army Radio nesta-quinta (6).
Entretanto, moradores do norte de Israel afirmaram que o fato não era novidade alguma e escutavam os ruídos de escavação e construção há tempos, porém, as Forças de Defesa de Israel ignoravam informações que vinham da população.
Na época em que estava no poder, Ya'alon foi questionado duas vezes sobre a possível criação de túneis de ataque na região fronteiriça a partir do Líbano e, em ambas as ocasiões, ele omitiu a verdade, inclusive afirmando em uma das ocasiões que os ruídos poderiam ter sido provocados por um "cavalo em um estábulo próximo da porta" do morador.
Segundo Ya'alon, ele teria mentido para acalmar os moradores da região, enfatizando que até hoje nenhum túnel alcançou as regiões e que continuará acalmando os moradores do norte do país.
Após ser encontrado, o túnel foi destruído pela operação Escudo do Norte com o objetivo de neutralizar todos os túneis de incursão de grupos de sabotagem no território israelense.
Após a declaração do líder israelense, o Líbano declarou que as acusações realizadas por Israel não passam de "meras alegações".
Segundo comunica o jornal Haaretz, as Forças Armadas israelenses sabiam dos planos do Hezbollah, de 2006, de construir túneis na fronteira com o Líbano para efetuar ataques a Israel. Em 2015, o país lançou uma operação para estabelecer uma barreira na fronteira com o Líbano. Os planos de Israel também incluíram usar uma tecnologia para destruir as construções do grupo armado.
Apesar de o Hezbollah ser considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e Israel, o grupo criado em 1980 é reconhecido como um partido político legítimo no Líbano e goza de relações estreitas com o Irã.