Os investigadores assinalaram no novo estudo, publicado na revista Science, ter detectado o gás inerte que escapa da atmosfera do planeta formando uma nuvem, como se fosse um balão de hélio que escapa da mão humana.
A equipe internacional de cientistas utilizou um espectrógrafo para medir quanta luz da sua estrela anfitriã bloqueava o planeta quando este passava perante ela. O instrumento separou a luz da estrela em cores que a compõem. Como o hélio absorve a luz de um comprimento de onda específica, os pesquisadores detectaram uma grande nuvem de gás que rodeia o planeta e bloqueia muito mais luz do que o próprio planeta.
Além disso, foram utilizadas simulações por computador para localizar a trajetória dos átomos de hélio. "O hélio é varrido do lado diurno do planeta para o lado noturno a mais de 10.000 km/h. Sendo um gás leve, se escapa facilmente da atração do planeta e forma uma nuvem ao redor", explicou Vincent Bourrier, que dirigiu a simulação, acrescentando que esse fenómeno dá ao planeta a forma de um balão.
O hélio é um elemento raro na Terra, mas é omnipresente no Universo. Depois do hidrogênio, é o principal componente das estrelas e planetas gigantes gasosos. Apesar da sua abundância, o hélio não havia sido detectado até agora na atmosfera de um gigante gasoso fora do Sistema Solar. Agora os cientistas estão observando pela primeira vez como este gás se escapa da atmosfera superaquecida de um exoplaneta.
"É uma descoberta realmente emocionante, especialmente porque o hélio só foi detectado na atmosfera de um exoplaneta pela primeira vez neste ano. As observações mostram que o hélio é expulso do planeta pela radiação da sua estrela anfitriã", comentou Jessica Spake do departamento de física e astronomia da Universidade de Exeter (Reino Unido).