"A Secretaria-Geral da OEA toma nota, com a maior preocupação, das notícias vindas da Venezuela sobre a possibilidade de aeronaves capazes de usar armas nucleares, provenientes da Rússia, se encontrarem no seu território", lê-se na declaração, divulgada no site da organização.
O Ministério das Relações Exteriores russo comentou a declaração da OEA.
"Em conexão com a declaração divulgada no site da OEA […] em relação ao voo à Venezuela de dois bombardeiros estratégicos russos Tu-160, que podem portar armas nucleares, gostaríamos de responder o seguinte: a Federação da Rússia cumpre, de forma rigorosa e completa, as obrigações por si assumidas derivadas do Protocolo Adicional II do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco), no qual estão estabelecidas as garantias jurídicas que excluem o uso e a ameaça de uso das armas nucleares em relação aos Estados da zona", lê-se no comentário do Departamento de Informações e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores russo.
Além disso, o ministério disse lamentar que "a chefia da OEA use seu estatuto para difundir informações falsas e inventadas sobre a política da Rússia na região latino-americana no estilo do 'highlylikely' [altamente provável]".
"Não podemos aceitar que uma estrutura regional tão respeitável como a OEA faça declarações políticas que visam de forma objetiva criar uma atmosfera de desconfiança nas relações entre a Rússia e os países da América Latina e do Caribe", lê-se no comentário.
"Desta forma, voluntaria ou involuntariamente é prejudicada a colaboração entre a Rússia e a própria organização, com que o nosso país, na qualidade de observador permanente, vem desenvolvendo uma interação construtiva em diferentes área ao longo dos últimos anos", ressaltou o comentário da chancelaria.
O presidente colombiano, Ivan Duque, expressou preocupação com o voo, sugerindo que a medida não era amigável.
De acordo com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, as visitas de aviões militares de outros países continuarão. Maduro afirmou que o voo dos aviões russos faz parte dos planos de colaboração entre a Rússia e a Venezuela. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, assinalou que ninguém no mundo deve ter medo da presença dos aviões russos no território do país.