Mosquitos matadores: esse país africano está enfrentando perigosa doença tropical

Em agosto deste ano, os primeiros casos da febre de chikungunya foram registrados na província sudanesa de Kassala e, de acordo com a mídia local, o governo local não é capaz impedir o alastramento da infecção.
Sputnik

Bakri Idris, médico de Kassala especialista em doenças tropicais, disse à Sputnik Árabe que o principal problema para o Sudão é a semelhança entre as febres chikungunya e da dengue.

Nos últimos meses, 120 sudaneses morreram de febre chikungunya, enquanto 15.000 contraíram a doença. Os grupos mais afetados são crianças e idosos. Um surto da epidemia foi registrado na província de Kassala.

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Com o começo da estação chuvosa no Sudão, aumenta-se a umidade e cresce a população de mosquitos. Devido à falta de médicos, de remédios e de equipamentos medicinais, a doença se espalhou de forma extremamente rápida.

Segundo Bakri Idris, médico da área onde a doença foi registrada, "nos estágios iniciais de desenvolvimento essa doença pode ser confundida com a dengue; esse erro é frequentemente cometido por médicos sudaneses".

Ele acrescentou que "o governo do país lançou uma campanha para desinfetar os mosquitos, que são os principais portadores do vírus".

"Não existem medicamentos específicos para esta doença. Não há vacina, e a terapia é essencialmente destinada a aliviar a dor, especialmente nas articulações. O que fazemos é tentar aliviar os sintomas, enquanto o sistema imunológico faz o trabalho principal. Nós devemos lutar contra os mosquitos, pois eles são a principal causa da doença", disse o médico sudanês à Sputnik Árabe.

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O representante do Ministério da Saúde do Sudão, Assam Abdullah, afirmou à Sputnik que aviões passaram cinco dias pulverizando a província de Kassala para combater os mosquitos. O país gastou US$ 63.000 (R$ 245.000) na operação de desinfestação.

O período de incubação costuma ser de alguns dias. Os sintomas consistem em febre alta, que atinge os 40°C, acompanhada de fortes dores nas articulações, musculares e de cabeça, náuseas, fadiga e erupções cutâneas.

A dor nas articulações geralmente é muito intensa e geralmente desaparece após alguns dias ou semanas. Na maioria dos casos, os pacientes se recuperam, mas a dor pode durar vários meses ou até anos.

Casos especiais de distúrbios oculares, neurológicos, cardíacos e gastrointestinais foram relatados. A doença raramente leva a complicações sérias, mas pode ser letal em idosos.

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