China teria posto Natal na mira para dar uma chance à 'tradição'?

O governo chinês lançou iniciativa para limitar celebrações natalinas em todo o país para promover "tradição", de acordo com a Associated Press.
Sputnik

Enquanto muitas nações já estão no clima festivo, autoridades chinesas não estão sentido vibrações natalinas neste ano, já que, segundo relatos, lançaram uma campanha nacional para expulsar vestígios do feriado da vida pública.

Segundo relatos, pelo menos quatro cidades chinesas proibiram decorações natalinas, como árvores de Natal e representações do Papai Noel.

Por exemplo, em um shopping de 27 andares na província de Nanyang, leste da China, decorações — incluindo uma árvore de Natal gigante — foram removidas depois que autoridades do governo fizeram uma visita e reclamaram ao dono do estabelecimento. A Associated Press cita o morador de Nanyang, Ma Jun, que disse que "não há mais nada e está tudo limpo". 

​Embora o Natal seja celebrado em toda a China, notícias sugerem que, com o passar dos anos, o sentimento antinatalino, de fato, aumentou. Essas tendências, argumentam especialistas, devem ser vistas como parte do desejo crescente do governo de Xi Jinping pelo nacionalismo cultural que coloca as tradições chinesas como prioridade.

Zi Yang, pesquisador sobre China contemporânea, foi citado pela AP dizendo que, como Xi Jinping continua posicionando o Partido Comunista como bastião da tradição chinesa, o Natal e outros ideais "estrangeiros" provavelmente serão cada vez mais reduzidos. "A reação local em progresso contra o Natal é parte de um sentimento mais amplo desde que Xi assumiu o poder. Elementos culturais estrangeiros como o Natal são colocados no bloco de corte", disse Yang à AP.

​Na cidade Langfang, que fica ao sul de Pequim, as vitrines tiveram supostamente suas decorações de Natal removidas, tendo sido proibido pela polícia local o uso de qualquer pisca-pisca e faixas. Já em Panlong, no sudoeste da China, notícias afirmam que as autoridades circularam um memorando entre negociantes locais que dizia: "É proibido pendurar meias de Natal, usar chapéus de Natal, instalar árvores de natal e assim por diante!"

No entanto, uma coluna do Chinese Global Times argumenta que a reação do governo chinês em relação ao Natal não deve ser "exagerada", e que trata especificamente da "comercialização" do Natal — ou seja, o consumo excessivo de bens desnecessários — ao invés do feriado de Natal em si, que as autoridades estão relutantes em tolerar.

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