Com esquema de segurança reforçado, a posse de Bolsonaro está trazendo frutos ao setor hoteleiro da capital federal. A ocupação dos hotéis deve chegar a 80%, frente aos 20% nos meses de janeiro "comuns" na cidade. Se cumprido o número de eleitores esperados para a posse do novo presidente, o público será consideravelmente maior que o que acompanhou a posse do ex-presidente Lula em 2003: na ocasião, a polícia estimou a participação de 200 mil pessoas.
"Não é uma posse qualquer, nós estamos fazendo uma transição de característica política, mudando tudo, saindo da esquerda, indo para a direita e pode ser o momento de crescimento do país. É por isso que estamos fazendo este sacrifício, deixando nossa família em casa, abrindo mão das festas para estar na estrada e participar da posse do presidente", afirma.
Ronan vai levar a mulher e os dois filhos — de 1 e 7 anos de idade — para o evento. Ele espera participar de uma "grande festa não de eleitores, mas da família" e diz que o grupo está "muito animado, respeitando as leis como deve ser, mas muito mobilizado".
Mais distante ainda do Distrito Federal está o presidente do PSL Jovem de Pernambuco, Wilker Cavalcante. O eleitor de Bolsonaro também organizou uma excursão com 50 pessoas, a maioria de jovens entre 18 e 30 anos, para a posse. O grupo sai de Olinda no dia 29 e deve enfrentar em torno de 45 horas de viagem até a capital. A expectativa é chegar em Brasília horas antes da virada do ano, um sacrifício que o jovem diz valer a pena.
"Vai ser um prazer participar de um marco na história. Primeiro foi a eleição do nosso presidente e agora a posse. Talvez seja o ponto alto de um aprendizado constante dos nossos jovens, que com pensamento crítico, entenderam que era a melhor solução para o país".
Esquema de segurança reforçado
Por causa do ataque a Jair Bolsonaro ainda nas eleições, não está claro se o presidente eleito desfilará ou não no tradicional Rolls Royce aberto, como é tradição. A expectativa é que 8 mil homens das Forças Armadas e das Polícias Civil e Militar estejam mobilizados para fazer a segurança do perímetro, o dobro do número registrado na posse de Dilma Rousseff em 2014.
Também por questão de segurança, estão proibidos o uso de guarda-chuvas, bolsas, mochilas, garrafas, sprays, apontadores laser, máscaras, drones, objetos cortantes, carrinhos de bebê e animais de estimação. Os shows da dupla Zezé di Camargo & Luciano e do cantor Eduardo Costa — previstos anteriormente — foram cancelados.
A cerimônia também deve ser acompanhada por vários chefes de Estado como o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez e os premiês de Israel, Benjamin Netanyahu e da Hungria, Viktor Orbán, além do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.