EUA não desistirão de seu papel de gendarme, afirma especialista

Os EUA não podem continuar sendo "a polícia do mundo", declarou o presidente norte-americano, Donald Trump, durante uma visita não anunciada ao Iraque nesta quarta-feira (26).
Sputnik

Segundo ele, Washington não quer que outros países usem os militares norte-americanos para se protegerem se não pagarem pela sua defesa.

O cientista político Ildus Yarulin, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, opinou sobre uma possível mudança de comportamento dos EUA na arena internacional.

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"Eles agora estão mudando para outro formato de trabalho: não posicionarão mais seus contingentes militares porque isso é bastante caro. Eles simplesmente farão isso de um modo diferente", comentou o analista, acrescentando que os EUA apoiarão forças e grupos em diversos países que atuem de acordo com os interesses dos norte-americanos e lutem contra aqueles que eles consideram favoráveis aos russos e chineses.

Segundo Yarulin, os EUA podem até conceder empréstimos ou fornecer armas, mas não participarão diretamente dos combates.

"Isso pode ser observado em relação à saída das tropas da Síria e à anunciada retirada das tropas do Afeganistão. Eles ainda não estão saindo do Iraque, mas negociam com os militantes do Talibã sobre apoio financeiro e fornecimento de armamentos. Eles acham que essa tática é mais vantajosa", diz.

O especialista acredita que isso significa "um certo isolamento dos EUA" com o objetivo de resolver suas tarefas geopolíticas através de terceiros.

"Com o dinheiro que ficar disponível eles construirão porta-aviões, modernizarão a frota de submarinos, desenvolverão armas de alta precisão que podem ser usadas em caso de um agravamento inesperado da situação", explica Yarulin, comentando que os EUA não desistirão de seu "papel de gendarme".

"Isso não será feito através de intervenções diretas, mas usando aquilo que agora é apelidado de 'força inteligente'", conclui o cientista político.

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